Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Equipamentos ainda travam Escola a Tempo Inteiro

Aulas ou actividades em contentores. Corredores transformados em cantinas. Alunos transportados em autocarros onde chove e que passam os intervalos sozinhos por falta de pessoal auxiliar nas escolas. O ano lectivo começou com protestos mas, à medida que o ano escolar andava, as manifestações perderam fôlego.
A ministra da Educação considera que a diminuição da contestação significa que professores e famílias compreenderam os objectivos da sua política. Já os sindicatos insistem em que os princípios da Escola a Tempo Inteiro não foram alcançados e que as Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) foram impostas de forma "precipitada" num país sem infra- -estruturas para receber a reforma.
As autarquias que receberam a responsabilidade de assegurar transportes e as AEC queixam-se da falta de verbas. A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) lamenta "Muito há a ser feito". Com as negociações para transferir novas competências para os municípios em cima da mesa, o responsável da ANMP, António Ganhão, enumera "muitos problemas" detectados no ano um da reforma.
Quanto à sua resolução para o próximo ano lectivo a resposta já é pausada. O diálogo entre a Associação e o Ministério "é permanente". E o presidente da câmara de Rio Maior, Silvino Serqueira (o representante da ANMP nas negociações) aponta o objectivo "Tem de se encontrar um valor padrão para se pagar aos monitores", afirmou, insistindo que as discrepâncias que vigoraram este ano - com concelhos a pagarem entre os 7 e os 22 euros - promoviam a mobilidade e instabilidade das actividades.

Dados já são positivos
Os objectivos da Escola a Tempo Inteiro são melhorar os resultados escolares e proporcionar a todos os alunos iguais oportunidades de aprendizagem. Uma meta que a ministra acredita ter alcançado. No balanço que fez do ano lectivo, na semana passada, em Cabeceiras de Basto, Lurdes Rodrigues defendeu que as "400 mil crianças do primeiro ciclo de todo o país têm efectivamente igualdade de oportunidade no acesso aos recursos que não são exclusivamente escolares".Isto é, actividades como música, desporto ou inglês.
Os números revelados pelo relatório da Comissão de Acompanhamento não poderiam ser melhores 99% das escolas oferecem inglês aos 3º e 4º anos e actividades desportivas, a música é leccionada em 85% dos estabelecimentos. Os sindicatos reclamam que as estatítiscas são enganadoras - referem-se à adesão e não concretização da medida.
Porquê? Porque, se no Interior se multiplicam os encerramentos, nas cidades há casos de sobrelotação de alunos. A maioria das escolas funciona em horário duplo, o que significa que não têm espaço disponível para as AEC. E, nesses casos, ou os alunos se deslocam aos espaços das entidades promotoras, contratualizadas pelas autarquias, ou as aulas, actividades ou refeições foram transferidas para contentores. "Foram uma forma de adicionar espaço onde ele não existe", sintetizou ao JN Manuel Grilo, do Sindicato de professores da Grande Lisboa.
"As escolas não estavam apetrechadas. A Educação esteve abandonada muitos anos e tudo o que se fizer agora serão gotas de água. Vai demorar anos para se conseguirem efectivar verdadeiras medidas", sublinha também ao JN Maria José Viseu, da Confederação de Pais (Confap). O Governo concorda que há muito a fazer. Mas sublinha que se está no caminho certo.

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