Professoras Desesperadas

Mais de 60 crianças, das escolas do Primeiro Ciclo e infantários de Abaças (incluindo as localidades de Vilarinho de Tanha e Bujões) e Guiães, em Vila Real, vão ter de ir almoçar a casa, pelo menos até à próxima semana, o que está a deixar os pais indignados pelo transtorno criado.
Em causa está o facto do Centro Social e Paroquial de Abaças ter deixado de fornecer as refeições, contratualizadas com a Câmara, na sequência de uma ameaça de suspensão dos protocolos do serviço de apoio domiciliário por parte da Segurança Social, que exige uma estrutura autónoma, com contabilidade à parte, daquela que envolve a sua comparticipação (suspensão que já ocorreu em quatro casos).
Maria das Dores Neto esperava, ontem, pelo filho Luís Pedro, de nove anos, à porta da escola "Isto é uma vergonha. Estava a trabalhar em Vila Real e tive de vir a correr tratar do almoço, quando a professora me avisou. Nem parece que Segurança Social e Ministério da Educação pertencem ao mesmo país".
Por seu lado, Elisa Borges mostrava-se apressada "Venho buscar a minha filha e dois sobrinhos, mas tenho de ir à primária e ao infantário. Os pais dos meus sobrinhos estão em Alijó a trabalhar", justificou. Maria da Graça Blé foi buscar o neto Daniel, de seis anos, para um "almoço ligeiro". "Como não estava a contar com ele, fiz uma canjinha, umas batatinhas e um ovo", referiu.
O vice-presidente da Autarquia, Nazaré Pereira ,disse ao JN que "para os alunos de Nogueira (32, ao todo) há uma solução provisória um restaurante irá fornecer as refeições esta semana". "Infelizmente, em Abaças e Guiães, não foi possível uma solução, mas contamos ter tudo resolvido na próxima semana", acrescentou.