Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Professores entregaram no ME maior abaixo-assinado de sempre

O maior abaixo-assinado de professores de sempre, com 65 mil subscritores, foi esta sexta-feira entregue no Ministério da Educação (ME) pelos sindicatos do sector, perante mais de 2.500 docentes que nas ruas voltaram a pedir a demissão da ministra.
Arrumado em sete caixas de cartão, o documento contra a proposta da tutela de revisão ao Estatuto da Carreira Docente (ECD) foi entregue por uma delegação da plataforma reivindicativa ao secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, no final de um cordão humano de protesto, que cercou com três voltas as instalações do ME.
«Mais de 65 mil professores expressaram o seu desacordo com uma proposta de estatuto que representa a liquidação da profissão docente e a degradação das condições de trabalho e da dignidade dos professores. Esperamos que contribua para que o Ministério altere as suas posições», afirmou Mário Nogueira, porta-voz da plataforma sindical.
«Está na hora, está na hora da ministra ir embora» foram as palavras de ordem mais gritadas hoje durante o cordão humano, que teve início no alto do Parque Eduardo VII, onde se realizou um plenário nacional de professores e delegados sindicais que pôs fim a uma vigília de protesto de 49 horas.
O processo de negociação suplementar relativo à revisão do ECD começou quinta-feira, tendo a tutela apresentado uma nova versão da sua proposta, com alterações que os sindicatos classificaram hoje como «passos importantes que abrangem directamente milhares de professores e que só foram possíveis graças à luta persistente» dos docentes.
Segundo as alterações da tutela, as faltas dadas por motivo de doença do docente ou de filhos maiores de 10 anos já não serão penalizadas para efeitos de avaliação de desempenho e progressão na carreira, como previa a proposta anterior, e a integração dos professores do actual 10º escalão na categoria de professor titular deixará de estar dependente da existência de vagas.
Apesar de se congratularem com estas mudanças, as organizações sindicais garantiram hoje que «não há qualquer possibilidade de acordo» com o ME, uma vez que se mantêm os aspectos mais contestados como a divisão da carreira em duas categorias, a introdução de quotas para aceder à mais elevada e a avaliação de desempenho dependente de critérios como os resultados escolares e as taxas de abandono dos alunos.
Por isso, entre 2.500 (segundo a polícia) e 4.000 (segundo os sindicatos) professores voltaram hoje a sair à rua, garantindo que vão manter-se unidos e não desistirão de lutar contra uma proposta de ECD que ainda consideram injusta: «Ministra aprende, a gente não se rende», asseguraram, em coro.
«Este Ministério está a levar-nos a todos para um precipício e a primeira coisa a cair vai ser a Educação. Daqui a uns anos, Portugal vai ter de ir buscar professores a outros países porque cá ninguém vai querer ser professor com um estatuto destes», disse à Lusa Rui Barroso, professor de Matemática do 2º ciclo, que hoje rumou de Braga para participar no protesto.
Com 18 anos de serviço, a docente do 1º ciclo Elsa Elias é um desses casos, garantindo que já não dará aulas «por muito mais tempo»: «Nunca me arrependi de ter escolhido a profissão, mas de há um ano para cá já não tenho gosto de ser professora».
Além desta jornada de protesto, que começou quarta-feira, o novo ECD, que a tutela quer aplicar a partir de 1 de Janeiro, já motivou duas greves e duas manifestações nacionais, a última das quais a 5 de Outubro, Dia Mundial do Professor, que reuniu em Lisboa mais de 20 mil docentes.

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