Professoras Desesperadas

Hoje, dia que antecede o início da negociação suplementar entre a Plataforma Sindical dos Professores e o Ministério da Educação (ME), a Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, será o palco para uma vigília de 48 horas de professores e educadores. Ao longo dos dois dias, várias vozes se irão juntar aos protestos da classe, que recusa aceitar as propostas de alteração da tutela para o seu estatuto profissional.
"Estamos na expectativa do que o Ministério da Educação nos irá propor na negociação suplementar", disse ao JN Lucinda Manuela, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, que integra a plataforma negocial. Contudo, a sindicalista levanta a hipótese de que o ME acabe por manter "a posição de intransigência" que demonstrou durante o período negocial.
Ontem de manhã, as 14 organizações que compõem a Plataforma Sindical dos Professores reuniram-se, em Lisboa, para "afinar" a máquina para a reunião negocial suplementar. Será amanhã que as estruturas sindicais serão distribuídas por quatro mesas negociais. As reuniões estão marcadas para o todo o dia, mas se terão continuação pelo prazo máximo de 15 dias ou se tudo será dado como terminado ao fim da tarde é a dúvida que só terá resposta amanhã.
Ontem, também, as estruturas sindicais da Educação tiveram conhecimento oficial do diploma que permitirá às escolas vão contratar professores através de anúncios nos jornais, em situações como a substituição de docentes de baixa ou o desenvolvimento de projectos de combate ao insucesso.
Os sindicatos duvidam do argumento da maior celeridade invocado pelo ministério e temem que aumente a instabilidade profissional e crie situações de favorecimento pessoal.