Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Jovens trabalham na feira para pagar os estudos


Quatro horas da tarde. João Sá, 21 anos, candidato a Electrotecnia e Comunicações na Universidade de Aveiro, entra no recinto da Feira de S. Mateus para mais umas horas de trabalho. É assim há quatro anos. Nos primeiros tempos, o dinheiro ganho servia para comprar umas "coisitas" sem recorrer aos pais. Agora a música é outra.
"O que ganhar aqui vai ser de grande utilidade na altura das matrículas e compra de material escolar. As despesas serão muitas, e temos a obrigação de libertar a família de algumas delas", testemunha o jovem, com um sorriso rasgado no rosto.
João Sá é um dos 86 colaboradores temporários da Expovis - Gestão e Eventos, Lda, recrutados para colaborar com a organização da Feira de S. Mateus na venda de bilhetes, portaria, parques de estacionamento, fiscalização e vigilância. E um dos 32 jovens estudantes (40% do total de trabalhadores sazonais) que abdicaram de férias, em Agosto e Setembro, para ganhar algum dinheiro extra.
"Para ser franco, nem preciso de férias. Melhor se as pudesse ter, gostava de visitar países diferentes e contactar com novas gentes e novas culturas. Mas não é preciso. Na Feira de S. Mateus temos tudo isso. Vêm aqui pessoas de todo o lado. Com a vantagem de chegarmos ao fim com dinheiro no bolso", testemunha.
Jorge Carvalho, director-executivo da Expovis, enfatiza a importância da face menos visível de um certame com 614 anos de realização.
"A Feira de S. Mateus é um mundo. Durante o período de realização oficial, entre 14 de Agosto e 21 de Setembro [este ano irá até 24 para aproveitar o fim-de-semana], movimenta mais de um milhar de pessoas nas actividades mais diversificadas. À sua conta, a Expovis recruta 86 elementos. Mas os comerciantes instalados, este ano 268, contratam os seus próprios colaboradores. Ajudamos muita gente a ganhar um dinheirinho extra. É a vertente social da feira franca", sublinha
O critério de admissão de pessoal para o secretariado do certame procura atingir dois princípios privilegiar a admissão de estudantes e desempregados e valorizar a antiguidade.
"Sempre que é possível, damos trabalho aos jovens. Sabemos que muitos deles vêm aqui ganhar uns trocos para ajudar as famílias no regresso às aulas. Isto é um facto que nos impressiona pela positiva. Por isso ficamos tristes quando não podemos acolher todos os pedidos que nos chegam", refere Jorge Carvalho.
Aos colaboradores da Expovis a hora de trabalho é paga a dois euros. O que poderá corresponder, no final do certame, a um rendimento extra de 300 a 400 euros por pessoa. "Não é muito, mas ajuda. Mesmo assim, temos orçamentada, para esta rubrica, uma verba de 40 mil euros", revela o director-executivo da Expovis.
O facto de quase metade dos contratados ser estudante implica a adequação de planos. "Podem ausentar-se quando têm necessidade de fazer matrículas ou realizar exames. Só precisamos que nos avisem", conclui.

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