Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Ministra da Educação reconhece falta de qualidade de alguns manuais escolares

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, admitiu hoje que alguns programas e manuais escolares são demasiadamente extensos e não têm qualidade.
"Pode acontecer que nem sempre a qualidade dos programas e dos instrumentos de ensino esteja assegurada e pode acontecer também que alguns programas não tenham a dimensão adequada", disse a ministra, à margem da sessão de abertura da Conferência Internacional sobre o Ensino do Português, que decorre até quarta-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Maria de Lurdes Rodrigues considerou ser necessário pôr em prática mecanismos de controlo da qualidade dos currículos e dos livros escolares, salientando que está em curso a revisão de alguns programas, designadamente os de Português e Matemática.
A este propósito, a ministra adiantou que a tutela está a trabalhar com as editoras escolares no âmbito do processo de certificação de manuais, cuja lei foi aprovada em Agosto do ano passado, estando agora "em vias de aprovação o decreto regulamentar que especifica algumas dimensões" da referida legislação.
"Este ano foi suspensa a adopção de alguns manuais e esperamos que os novos possam já beneficiar da revisão de programas que está em curso", afirmou.

Comissário diz que muitos manuais de Português "servem para infantilizar os jovens"
Na sessão de abertura, o comissário da Conferência e reitor da Universidade Aberta, Carlos Reis, teceu duras críticas à qualidade dos programas e dos manuais da disciplina de Português, considerando que muitos "servem para infantilizar os jovens".
"Não há ensino do Português digno desse nome com manuais que apresentam a língua como um caótico aglomerado de textos escolhidos à margem de qualquer critério, como se um poema de Eugénio de Andrade valesse o mesmo que um slogan publicitário e um texto ensaístico de António Sérgio pudesse ser equiparado a um episódio de telenovela", criticou.
"Lendo alguns dos programas de Português tenho dificuldade em perceber o que se pretende ensinar", concluiu.
Os conteúdos dos programas e dos manuais, as competências de leitura ou a aprendizagem da gramática são alguns dos principais temas da conferência, promovida pelo Ministério da Educação, que durante três dias reúne cerca de 500 professores e linguistas, contando ainda com a presença de personalidades como o escritor Mário Cláudio, o ensaísta Eduardo Lourenço e o comentador político José Pacheco Pereira.
Segundo Carlos Reis, na sequência desta conferência será elaborado um relatório com um conjunto de recomendações a apresentar ao Governo sobre o ensino da língua portuguesa.

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