Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Projecto da Universidade do Minho distinguido

Investigadores do grupo de Bioquímica e Fisiologia Molecular de Plantas do Centro de Biologia da Universidade do Minho receberam o prémio científico "Celestino da Costa/Jean Perrin" pelo projecto "Transporte de fotoassimilados em Vitis vinifera (videira) e Olea europaea (oliveira)". Um prémio entregue, sobretudo, por todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em parceria com investigadores franceses (ver caixa).
Coordenada por Hernâni Gerós, a investigação assenta, genericamente, no estudo da utilização dos açúcares pelas plantas. "O açúcar simples glucose constitui uma fonte de carbono e energia universal, usada por todas as células vivas, desde bactérias e fungos até aos organismos superiores como as plantas e o homem. Células especializadas como os neurónios humanos necessitam de uma quantidade apreciável de glucose, ou as células musculares, que necessitam deste açúcar para a actividade contráctil. A glucose está presente no nosso dia-a-dia no açúcar que adicionamos ao café, num cacho de uvas, ou no amido da batata, por exemplo", começa por explicar o docente e investigador da academia minhota.
As plantas possuem tecidos autotróficos, nas folhas verdes, onde o dióxido de carbono atmosférico é reduzido a carbono orgânico, que resulta em açúcares como a glucose e a sacarose. Estes compostos são transportados pelos vasos condutores para os tecidos heterotróficos da planta como as raízes, os caules ou os frutos onde são acumulados ou usados como fontes de energia e de carbono para o crescimento. Genericamente, os mecanismos bioquímicos envolvidos no metabolismo do açúcar nestes tecidos vegetais são semelhantes aos presentes noutras células heterotróficas como as células animais. "Na nossa linha de investigação utilizamos abordagens bioquímicas para estudar os mecanismos de incorporação dos açúcares nos tecidos heterotróficos da planta; estudamos a estrutura e organização na membrana celular das proteínas transportadoras, a sua dependência em energia, regulação e especificidade. Abordagens de biologia molecular permitem ainda identificar e estudar a expressão dos genes que codificam estas proteínas. Genericamente, quando estudamos os mecanismos bioquímicos de incorporação de fotoassimilados, como os açúcares, nas células dos tecidos da uva, no caso da videira, ou da azeitona, no caso da oliveira, contribuímos para a compreensão dos mecanismo de maturação dos frutos que, como se sabe, tem implicações importantes na produtividade das plantas", adianta Hernâni Gerós.
O prémio, co-financiado pela Embaixada de França e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, é atribuído pela Associação Portuguesa de Doutorados em França ao melhor projecto científico resultante da cooperação entre investigadores portugueses e franceses. A equipa de investigação da Universidade do Minho é constituída por Hernâni Gerós (coordenador do projecto) e Rui Tavares (coordenador do grupo de investigação), pela investigadora de pós-doutoramento Alice Agasse e pelos estudantes de doutoramento Carlos Conde, Paulo Silva e Natacha Fontes. A equipa francesa é liderada por Serge Delrot da Universidade de Bordéus 2, actual director do Institut des Sciences de la Vigne et du Vin.
"A qualidade dos frutos ou das sementes que usamos na nossa dieta, bem como a qualidade de subprodutos muito importantes do ponto de vista socio-económico, como o vinho ou azeite, dependem de mecanismos bioquímicos complexos "no vinho, por exemplo, o conteúdo em álcool, depende do conteúdo em açúcar na baga da uva. Outros compostos presentes no vinho como os ácidos, ou os compostos fenólicos, que determinam o seu sabor, textura e aroma, dependem do conteúdo em carbono orgânico presente na baga".

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