Professoras Desesperadas

Vila Praia de Âncora aguarda que a sua ludoteca acolha as crianças no mais curto espaço de tempo. Um projecto iniciado no ano de 2001 e concluído dois anos mais tarde não entrou em funcionamento porque "os críticos ainda não perceberam que o acto lúdico, a leitura e a animação, proporcionariam a valorização das crianças e evidenciariam permanentemente a identidade do concelho", denunciou a deputada municipal Manuela Costa, na última reunião da Assembleia Municipal de Caminha, em referência ao impasse em que se mantém este equipamento há mais de três anos.
Num município em que se vêem obras "com tantas fases (1ª,2ª,3ª), melhoramentos e até alterações e que entram em funcionamento sem que estejam totalmente concluídas", sob o pretexto de que as pessoas as "usufruam rapidamente", referiu a eleita pelo PS, este projecto - concebido no tempo em que havia um vereador da educação e cultura, socialista - mantém-se fora das prioridades do actual Executivo municipal, acusou. Manuela Silva recordou que a ludoteca tinha sido construída sob "as mais rigorosas orientações do Instituto do Apoio à Criança e da Fundação Calouste Gulbenkian, chegando mesmo a ter garantido o apoio desta última instituição, no tocante à aquisição de jogos e brinquedos e formação específica dos técnicos desta área", a exemplo do sucedido em outros municípios.
Esta educadora pediu ao Executivo liderado por Júlia Paula que faculte urgentemente esse "acto lúdico" às crianças, inserido num espaço "de acesso a saberes diversificados onde possam desenvolver as suas capacidades de brincar, criar e imaginar".
A justificação dada pela autarca social-democrata para este atraso num projecto "mal-amado" - conforme o definira a adversária e com o qual concordou, aliás- foi a de que faltava o resto do equipamento, após a conclusão da obra. A Câmara lançou agora uma candidatura para esse efeito.