Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Autocarro com estudantes despista-se e cai em ribanceira


Quinze crianças e jovens estudantes de Cinfães poderiam protagonizar uma das maiores tragédias do concelho, ontem de manhã, quando o autocarro em que seguiam caiu numa pequena ravina. A tragédia só não aconteceu porque o veículo, que começou a andar de marcha-atrás, foi embater num abrigo de passageiros, feito em cimento. Os encarregados de educação garantem que houve uma falha mecânica e ameaçam não deixar os filhos irem à escola enquanto não for garantida a segurança por parte da transportadora.
Como é habitual, a camioneta de passageiros "apanhou" as crianças e jovens de Cortegaça, na freguesia de Fornelos, cerca das 7.30 horas. Depois de oito crianças terem entrado, junto à paragem de Cortegaça, o condutor arrancou.
Porém, o autocarro não conseguiu subir uma rampa acentuada e a viatura começou a andar de marcha-atrás. O condutor, sentindo-se impotente para controlar a viatura, terá feito de propósito para embater na paragem de cimento, evitando uma tragédia. "Foi um acto de coragem do motorista. Ele ainda ajudou as crianças a saírem. Foi um homem corajoso e não tem culpa nenhuma no acidente, porque até avisou a empresa de que havia uma avaria", garantiu, ao JN, Maria Fernanda Costa Soares e outras mães.
Maria de Fátima Correia, mãe de um aluno de 14 anos, da escola secundária de Cinfães, confirmou, ao JN, que o motorista telefonou duas vezes para a empresa, avisando que havia um problema mecânico. "Pelo que disse o motorista, a primeira não entrou na caixa de velocidades e ele tentou subir em segunda, mas não conseguiu andar para a frente", disse.
A maioria das encarregadas de educação garante tratar-se de uma avaria mecânica e afirma que, àquela hora, não havia gelo na estrada. Quando se apercebeu de que não conseguia controlar a viatura, cuja matrícula é de 1981, o motorista terá dito aos passageiros para manterem a calma e, graças ao "sangue- frio", conseguiu manobrar a viatura de modo a evitar a queda numa ravina de forma violenta. Alguns estudantes tiveram de ser transportados ao hospital, mas, felizmente, nenhum deles sofreu ferimentos graves. Para tirar o autocarro, foi necessário recorrer a uma retroescavadora e a um tractor agrícola, ficando o abrigo parcialmente desfeito.
A empresa rodoviária tem um contrato de prestação de serviço com a Câmara de Cinfães. "A Câmara paga metade do passe aos alunos que frequentem o nono ano e suporta, integralmente, o custo dos passes das crianças do ensino obrigatório", revelou, ao JN, o presidente da Câmara de Cinfães, Pereira Pinto. Assegura, entretanto, que as crianças têm sido transportadas com segurança. "Quando recebemos queixas, avisamos a companhia ou as autoridades", frisa.
Para a maioria das pessoas de Cortegaça, as crianças "têm sido transportadas por latas velhas". Os familiares das crianças dizem que o autocarro não cumpre as normas legais de segurança. "As camionetas não têm cintos de segurança, as crianças viajam de pé e nem sempre são seguras", asseguram as encarregadas de educação contactadas pelo JN, no local.

Há meio ano em vigor
O diploma que institucionalizou o cinto de segurança para todos entrou em vigor no dia 17 de Maio e conferiu prazos de meio ano às empresas, um às câmaras, dois às juntas de freguesia e instituições públicas de solidariedade social e três às associações para corrigir eventuais desajustes.

Abrangidos
O transporte colectivo de crianças de e para a escola, actividades e passeios, em ligeiros e pesados. Não se aplica ao transporte em táxi e aos transportes públicos regulares de passageiros.

Principais regras
Critérios de licenciamento da actividade e dos veículos e de certificação dos motoristas; obrigatoriedade de vigilante acima de nove lugares; um lugar sentado por criança; cintos e sistemas de retenção, janelas e portas trancadas; tacógrafo homologado, extintor e kit de primeiros socorros; circular com luzes acesas; regras na tomada e largada de pessoas.

Fiscalização
Compete às autoridades policiais, dos transportes e de viação e à Inspecção-Geral do Trabalho.

Transporte de pé
Proibido nos transportes abrangidos pela Lei 13/2006, é definido por legislação de 1948 e 1984 e no regulamento do Código da Estrada. É permitido em carreiras urbanas e suburbanas, mas dependendo da distância e das condições dos veículos e das estradas e exige autorização da Direcção dos Transportes Terrestres.

Selecção de vigilantes
Associação de Transportadores Pesados de Passageiros diz que a selecção de vigilantes é da entidade que organiza o transporte.

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