Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Alunos de quatro gerações de volta à escola primária


Quatro gerações de alunos que frequentaram, na década de 40 e 50 do século passado, a escola primária de Milhundos, em Penafiel, regressaram, ontem, à "velha escola" que lhes ensinou a escrever as primeiras palavras. Não voltaram para estudar, mas para reencontrar velhos companheiros de carteira, muitos dos quais emigrados, e recordar episódios de um tempo feito de companheirismo e sofrimento.
Mário Teixeira e Vitorino Moreira Fernandes quiseram reunir os colegas de infância e conseguiram. A escola já não é a mesma e até mudou de sítio pelo menos duas vezes. Antes, existia no lugar onde hoje está o salão paroquial da freguesia penafidelense de Milhundos e, mais tarde, passou para junto da actual rotunda de acesso à localidade.
Pela manhã, os 35 colegas entraram no recreio e viram uma escola em obras porque, ao abrigo da carta educativa de Penafiel, ali está prestes a nascer o primeiro centro escolar do concelho, com refeitório e mordomias impensáveis na década de 40/50. As carteiras nem se assemelham às daquele tempo e também as cartilhas morreram para dar lugar a livros completamente diferentes. Só que a memória está lá, tão viva que alguns não esconderam a emoção.
"Levava porrada todos os dias do meu tio padre Aires, pároco da freguesia nessa altura. Recordo-me de, certo dia, ser obrigado a levar uma vaca com duas bilhas de leite entre Duas Igrejas e Penafiel. Regressei a casa, depois de distribuir leite pelas casas das pessoas. Foi um castigo medonho", confessa, emocionado, Vitorino Moreira Fernandes, um militar na reserva.

Directo do Brasil
Adriano Gomes, lavrador, atesta que o velho professor da classe, Alcino Ribeiro, que morava onde hoje é a Rua Alfredo Pereira, em Penafiel, foi "um homem vertical e sabedor". E guarda na lembrança o dia em que atirou uma pedra que feriu um colega da escola "Fiquei dois dias de castigo. Um dia tive sede e pedi ao professor para beber água. Ele disse-me que eu tinha de beber água de uma pedra. Passou-me a sede num instante".
Do Rio de Janeiro, Brasil, chegou o comerciante de restauração António Rocha. Aos 18 anos, emigrou, mas nunca perdeu o "cordão umbilical" que o liga à terra "Esta iniciativa recordou a minha infância e reencontrei velhos companheiros. Jamais faltarei, sempre que reunirmos esta gente que lá longe recordamos com saudade". A iniciativa deverá repetir-se porque estas lembranças ninguém quer esquecer.

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