37% dos estudantes abandonam antes do 12º ano
0 Comments Published by . on sábado, junho 17, 2006 at 8:22 da tarde.O abandono precoce da escola e o insucesso escolar em Matosinhos, detectados na elaboração da Carta Educativa aprovada, ontem de manhã, no Conselho Municipal de Educação, estão a preocupar a Câmara. De facto, 37% dos estudantes deixam a escola antes de chegar ao 12.º ano, enquanto18,4% não completam sequer a escolaridade obrigatória (9.º ano). A autarquia encomendou um estudo à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto - está pronto e será apresentado em breve aos docentes -, que permitirá delinear soluções para combater este fenómeno.
O concelho contabiliza, no presente ano lectivo, 19 695 alunos desde o 1.º ano ao 12.º ano de escolaridade. Nos últimos três anos, 444 estudantes abandonaram a escola sem concluir o 9.º ano. A taxa de escolarização do Ensino Secundário ascende a 61,6%. De acordo com a Carta Educativa, existem diferentes justificações para este fenómeno, sendo relevante a "pouca atractividade da oferta deste nível de ensino" e os currículos quase exclusivamente direccionados para a entrada no Ensino Superior. "A oferta formativa profissionalizante é escassa e não satisfaz as necessidades de mão-de-obra qualificada, apresentadas pelo tecido produtivo, local e regional", pode ler-se no documento, apresentado ontem pelo presidente da Câmara matosinhense, Guilherme Pinto.
A expectativa, plasmada na Carta Educativa, é optimista. Em 2011, crê-se que a taxa de escolarização no Secundário seja de 90%, estimando-se um crescimento anual de 5%. Também a autarquia espera que a taxa de pré-escolarização cresça dos actuais 70% para 90%, em 2011. Para isso, continuará a aumentar a oferta pública nessa área, com a construção de mais 28 salas de pré-escolar e a reabilitação de 12 jardins-de-infância. Guilherme Pinto deixa, ainda, o compromisso de renovar as escolas do 1.º ciclo, que não possuem condições "satisfatórias". A radiografia, executada pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, refere que 18% das escolas primárias e dos jardins-de-infância públicos de Matosinhos necessitam de melhoramentos. Até ao final do mandato (2009), o autarca garante um investimento de 20 milhões de euros no parque escolar.
"Desde 1999 que pusemos em marcha um programa intenso de modernização do parque escolar. Dois terços das escolas estão requalificadas e, neste momento, há seis estabelecimentos em fase de renovação [o que corresponde a um investimento de 5,35 milhões de euros]. Até ao final do mandato, iremos beneficiar as escolas que não têm carácter satisfatório", esclareceu o presidente, apostado em pôr fim à sobrelotação e ao desdobramento de horários no primeiro ciclo (que é da competência da Câmara de Matosinhos).
O problema da sobrelotação também se coloca no 2.º e no 3.º ciclos e no Ensino Secundário. A resposta passa pela criação de novos estabelecimentos e na ampliação de algumas escolas existentes no concelho. É o caso da EB2,3 de Santa Cruz do Bispo. A freguesia tem mais de 6000 habitantes e não dispõe de uma escola EB2,3. A Câmara vai propor à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) que a antiga escola primária da freguesia seja transformada na EB2,3, com capacidade para 18 turmas.
Ampliar e criar escolas Além da construção da Escola EB2,3 de Santa Cruz do Bispo, a Carta Educativa de Matosinhos aponta para a necessidade de criar a ES/3 de Perafita para servir a zona norte do concelho. A falta desse estabelecimento obriga um grande número de alunos de Lavra, Perafita e Santa Cruz do Bispo a deslocar-se para Leça da Palmeira. É sugerida, ainda, a ampliação das EB2,3 Passos José e Maria Manuela Sá e de três escolas secundárias Padrão da Légua, Abel Salazar e Senhora da Hora.
Escolas em mau estado
A Carta Educativa de Matosinhos revela que a "generalidade" das escolas EB 2,3 e secundárias do concelho apresenta "acentuada degradação". Indica que "é urgente que a DREN execute as obras de manutenção", até porque, em alguns casos, colocam-se "problemas de segurança".
Dezasseis salas TIC
A Câmara matosinhense vai investir 500 mil euros na criação de 16 salas TIC, em escolas primárias reabilitadas. A partir do próximo ano lectivo, os espaços poderão ser utilizados pelos professores. Estas salas terão um computador por aluno (abdicará do caderno e do livro), integrado na mesa. Os equipamentos estarão ligados ao computador do professor. A ambição é usar novos conteúdos e tornar as aulas mais atractivas para os estudantes.
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