REALIDADES-8: "Agora não" pode sugerir abandono
0 Comments Published by . on quarta-feira, maio 17, 2006 at 12:02 da manhã.
A azáfama do dia-a-dia não está a permitir à generalidade dos pais viver tempo com qualidade junto dos filhos e este é um tipo de abandono, o de dizer sempre "agora não, que não tenho tempo", que deve ser prevenido como o abandono de verdade e os maus-tratos. Foi com a preocupação sobre este problema que ontem, Dia Internacional da Família, reuniu em Lisboa a III Conferência Meninos de Oiro, organizada pela associação do mesmo nome, propondo a conferencistas reflectir sobre a necessidade de "mais tempo para o futuro".
Tempo, tempo, tempo. A criança, disseram ontem especialistas em direitos e activistas pelo seu bem-estar, tem um tempo que corre mais rapidamente que o do adulto. Veja-se o caso das adopções e a opinião de Dulce Rocha, anterior presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo "Ainda não há consciência da gravidade da demora e de que o tempo é mais urgente para as crianças". A demora nos processos não tem em conta que "há um tempo para a criança ser adoptada e que são as mais velhas as que têm mais problemas e são mais carentes", disse a magistrada, que avisa contudo sobre "decisões rápidas e erradas".
O psicólogo Luís Villas Boas abordou o risco em que vivem muitas das crianças que subsistem no limiar de pobreza (meio milhão), mas ressalvou que muitas delas recebem o colo que outras famílias da classe média não saberão dar aos seus filhos. O director do Refúgio Aboim Ascensão, que classificou situações de acolhimento prolongado de crianças, por vezes ao longo de 12 ou mais anos, como mau trato, voltou a defender um serviço nacional de adopção.
A denúncia de maus tratos deve ser feita "a tempo e é dever jurídico e de cidadania de pessoas e instituições", afirmou Armando Leandro, presidente da Comissão Nacional de Protecção. Segundo este responsável, está em andamento a formação dos 128 técnicos prometidos para as Comissões de Protecção.
A associação promotora desta conferência acompanha 50 famílias e dinamiza um centro lúdico e de apoio escolar junto de crianças que, segundo Maria do Céu Guitart, ou estariam na rua ou fechadas à chave em casa.
Tempo, tempo, tempo. A criança, disseram ontem especialistas em direitos e activistas pelo seu bem-estar, tem um tempo que corre mais rapidamente que o do adulto. Veja-se o caso das adopções e a opinião de Dulce Rocha, anterior presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo "Ainda não há consciência da gravidade da demora e de que o tempo é mais urgente para as crianças". A demora nos processos não tem em conta que "há um tempo para a criança ser adoptada e que são as mais velhas as que têm mais problemas e são mais carentes", disse a magistrada, que avisa contudo sobre "decisões rápidas e erradas".
O psicólogo Luís Villas Boas abordou o risco em que vivem muitas das crianças que subsistem no limiar de pobreza (meio milhão), mas ressalvou que muitas delas recebem o colo que outras famílias da classe média não saberão dar aos seus filhos. O director do Refúgio Aboim Ascensão, que classificou situações de acolhimento prolongado de crianças, por vezes ao longo de 12 ou mais anos, como mau trato, voltou a defender um serviço nacional de adopção.
A denúncia de maus tratos deve ser feita "a tempo e é dever jurídico e de cidadania de pessoas e instituições", afirmou Armando Leandro, presidente da Comissão Nacional de Protecção. Segundo este responsável, está em andamento a formação dos 128 técnicos prometidos para as Comissões de Protecção.
A associação promotora desta conferência acompanha 50 famílias e dinamiza um centro lúdico e de apoio escolar junto de crianças que, segundo Maria do Céu Guitart, ou estariam na rua ou fechadas à chave em casa.
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