Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Escolas de todas as nações em Portugal

Louríssimos uns. De pele negra outros. Falam línguas que nos soam estranhas. Há quem tenha aprendido a escrever e a ler de acordo com as regras de um alfabeto diferente. Um dia a vida deles mudou. Os pais, imigrantes em Portugal, pediram que se lhes reunissem. Agora estudam em escolas portuguesas. Não é fácil. Mas eles são lutadores.
Na primeira carteira da fila da esquerda, ao pé da Sónia, está Margaryta Shevchenko, ucraniana. Usa o cabelo liso preso do lado direito com um ganchinho. Logo atrás brilham os olhos azuis de Dmytro Motrity, ucraniano, e depois revela-se o sorriso tímido de Mihail Bouros, moldavo. Santosh Tulachan, nepalês, e Adi Ciomorcan, romeno, ocupam a última carteira da fila do meio. Ombro a ombro com a Carolina está o holandês Tom Van Der Hijden. O ucraniano Yevheny Halusko partilha com o David a carteira mesmo em frente ao quadro negro. É esta a geografia da aula de Português da turma 7.º/3.ª da Escola Secundária Gil Vicente, em Lisboa.
Quando chegou, há seis meses, o louríssimo Tom, 12 anos, sentou-se na cadeira que lhe indicaram e chorou. No dia seguinte as lágrimas continuaram a cair em cima da carteira. E no outro. E no que veio depois. “Eu não percebia o que estavam a dizer...”, rebela-se quando os colegas o identificam, agora, como o menino que chorava. “Oh! Calem-se!” Já sabe usar o imperativo. Há meio ano ‘obrigado’ era a única palavra portuguesa que conhecia.
O romeno Adi Ciomorcan também dizia ‘olá’ e perguntava ‘vens?’. O manejo da língua do País onde os pais tinham encontrado maneira de ganhar a vida resumia-se a três palavras. O rapaz chegou há três anos, ao abrigo da figura do reagrupamento familiar. “Foi muito estranho e senti-me sozinho.” Mais habituado do que o Tom a que o mundo lhe resista, Adi não chorou. “Ficava sentado, quieto. Primeiro não percebia o que eles diziam. Depois comecei a aprender”, diz, pronunciando os ‘es’ como se tivessem acentos circunflexos.

SAUDADES DO PORCO
Margaryta não corresponde à imagem – pele muito branca e cabelo louro – que os portugueses fazem dos naturais da Ucrânia. Mas foi lá que ela nasceu há 12 anos. Lá deixou o porco, as galinhas, os gatos, os amigos e os avós. Tem saudades de todos. Do porquinho também. E da neve, claro. Os alunos oriundos do Leste Europeu na sala da professora Paula Martins sentem todos a falta dela. Mas aprenderam a apreciar o calor e gostam de ir à praia. “Na Ucrânia temos o Mar Negro, mas aqui a praia é muito maior”, compara Margaryta, que há um ano veio ter com a mãe a Portugal.
No país de Santosh – o Nepal – há “muitos rios”, mas nem todos juntos fariam o mar português, “tão grande”. Os olhos rasgados do rapaz fecham-se quando abre um sorriso maroto na direcção de Tom, duas carteiras à frente. “Ya, ya, give that” (sim, dá-me isso ), referindo-se a um chocolate. Fogem-lhe as palavras para o inglês que aprendeu quando frequentava os graus elementares de ensino no Nepal e que o holandês também domina. Santosh, de 15 anos, chegou a Portugal há onze meses. “Foi a ‘surprise’ [surpresa, em inglês]. Mas bom, porque encontrei o meu pai e a minha mãe. Também tenho aqui um ‘irmão velho.” Fez os primeiros amigos – Tom é um dos melhores – quando começou a jogar volei e futebol na escola.
Quem já não passa sem a boa disposição do Santosh e o humor discreto do Adi são as colegas da carteira da frente, a Patrícia e a Cláudia, ambas com 12 anos. “Eles são bons amigos e divertidos.” Elas ajudam-nos a compreender a Língua Portuguesa e eles retribuem com explicações de Matemática e Inglês.

‘Iac... aqui comem caracóis’
Mihail Bouros preferia que não lhe fizessem perguntas. Às primeiras responde encolhendo os ombros. É um rapazinho de cara redonda e olhar tranquilo sob as sobrancelhas quase unidas da cor da palha. “Não conhecia nada de Portugal. Nem sabia onde ficava.” Isso foi há três anos, quando veio da Moldávia, um país onde há muitos lagos e ninguém come caracóis. Mihail faz uma careta ao lembrar-se da primeira vez que testemunhou o gosto nacional pelos ditos moluscos. “Iac...”
Uma vez ultrapassada a desorientação inicial, o pequeno moldavo começou a ter melhores resultados escolares. “Tive duas negativas no segundo período. Uma foi a Estudo Acompanhado, porque falo muito.” Não se nota nada, Mihail.
Os olhos de Dima Motrity são de um azul indefinível. Lembram o céu dos dias quentes, coberto por uma gaze fina de neblina. Na casa dele, na Ucrânia, aonde só quer voltar “de férias”, havia um mapa-mundo e lá, mesmo à beirinha da Europa, um pequeno rectângulo. Dima localizou Portugal e soube que ali tinha nascido alguém cujo nome já pronunciara: Luís Figo. E tu Dima, jogas bem futebol? “Não”, responde com modéstia. Este é o primeiro ano que frequenta a Secundária Gil Vicente. “Estive antes numa escola do Estoril.” Foi um ucraniano, o Yevheny, quem primeiro falou com ele na nova escola.
O Yevheny, 15 anos, estica o indicador para o tecto. Tem uma dúvida: “S’tora, o que é ‘mamarracho’?” Está escrito num texto de Maria Alberta Menéres distribuído à turma. O David, português, que interpreta a personagem ‘Sérgio’ na série televisiva ‘Os Serranos’, também não sabe. “Mamarracho é uma figura defeituosa, ridícula.” Elucidados, os colegas de carteira voltam de novo os olhos para o texto.
O Yevheny chegou há um ano e meio a Portugal, onde reencontrou a mãe. Não tem saudades da Ucrânia. “Estou melhor aqui.” Pilotar aviões é aquilo que gostava de fazer no futuro, mas por enquanto as acrobacias aéreas são ‘coisa de filme’. Yevhenheny e David costumam encontrar-se para ir ao cinema e assistir a filmes de acção. “Ele apega-se mais rapidamente aos amigos. Gosta de ajudar e aceita ajuda”, observa David acerca do colega. Da Ucrânia, o jovem actor sabe que fica “entre a Europa e a Ásia”.
O conceito de multiculturalidade não é uma abstracção politicamente correcta para a professora Paula Martins Almeida. Ela teve de dizer a Tom, quando ele chorava sobre a carteira, que não podia refugiar-se no inglês para comunicar na sala de aula. “Eu falava sempre em português com ele.” Mas também não se zangou quando notou que a Carolina, sentada ao lado do Tom, lhe servia de tradutora. “Ela fala muito bem inglês.” Entre os alunos “não há um sentimento de rejeição dos estrangeiros, ao contrário, a vontade é de integrá-los”, observa a professora, com um brilhozinho nos olhos.
O holandês “tem um razoável domínio da língua, considerando que está cá há tão pouco tempo”. No segundo período teve cinco negativas, mas há seis meses só sabia dizer ‘obrigado’. Para Paula Martins Almeida os seus alunos estrangeiros são “uns heróis”. Os pequenos imigrantes enfrentaram as mudanças mais radicais, de país, clima, língua, laços afectivos, numa altura da vida – a infância, a adolescência – em que o mais importante é estabilidade. É cedo para dizer se ultrapassaram o desafio. Mas lutam todos os dias.

UM PRIVILÉGIO
Tinha de ser – risos e mais risos só porque o Osmane Gomes, 15 anos, se apresentou como ucraniano. Nascido em Odessa, tem a pele de um castanho muito escuro. Os colegas de origem africana e também os do Leste Europeu mostram-se incrédulos. “Tu, ucraniano?!” Ele ucraniano, sim senhor, ou, pelo menos, nascido na Ucrânia, filho de guineenses que estudaram na ex-URSS. Mais: este ucraniano de pele castanha sente-se português, mesmo porque Portugal, onde chegou quando tinha um ano, é o único país que conhece.
Osmane frequenta o 8.º ano na Escola Secundária D. João V, Damaia, onde, além de portugueses, estudam brasileiros, irlandeses, russos, moldavos, ucranianos, búlgaros, moçambicanos, angolanos, cabo-verdianos, romenos e, em anos lectivos anteriores, também timorenses, indianos e chineses. “Tenho aprendido com eles coisas que não se aprendem na escola”, sublinha Daniel Marques, 17 anos, a frequentar o 12.º. Para a Diana, 18 anos, conviver com pessoas de nacionalidades diferentes “é um privilégio”. Esta convivência suscitou-lhe desde cedo vontade de viajar e fê-la perceber que “em todo o lado há coisas boas e más”.
Diana já viu alunos estrangeiros sentados a um canto do recreio, de cabeça baixa. “Fazer com que não fiquem isolados é a principal preocupação. Muitas vezes não sabemos como abordá-los. Queremos ajudá-los, mas sem que se sintam assustados.” Quando a língua é um problema, ela socorre-se dos gestos e mexe o braço para dentro, na direcção do tronco, como quem diz “vem comigo”.

'PUXARAM ASSUNTO'
Quando chegou da Bulgária, há três anos, Cristina falava inglês com os professores e não falava com os colegas porque não sabia como. “Eu estava sempre sozinha. Pensava que ia ser muito difícil viver neste País. Mas não foi assim tão mau. Houve pessoas que vieram ter comigo.” Ou como diz Cássia, brasileira de 13 anos, “puxaram assunto”.
O Ilya é russo. Em criança aprendeu o alfabeto cirílico, atribuído a S. Cirilo e usado na Rússia, Bulgária e Sérvia. Os portugueses vêem naquele sistema de escrita ‘pês’ e ‘emes’ ao contrário. “O alfabeto latino é completamente diferente.” Ilya quer ser médico e, embora sinta saudades da sua cidade – “a grandiosa Moscovo” – não pretende regressar tão cedo. “É aos 17 anos que os rapazes, na Rússia, começam a ser recrutados para as forças armadas.” O Ilya tem 17 anos.
O Anicky também. Nasceu em S. Tomé, foi levado para Angola e depois veio para Portugal. O rapaz, que sente a falta das praias da sua terra, afirma que o Verão português é abafado. “Em Angola o calor é menos sufocante.” Extrovertido, fez amigos facilmente, principalmente entre portugueses e brasileiros. Também o Dário, que nasceu em Luanda e quer ser engenheiro informático, reconhece que, de início, preferiu os brasileiros, timorenses e portugueses.
A língua é muitas vezes também um problema para os alunos oriundos de países africanos de expressão oficial portuguesa. “As crianças de Cabo Verde, por exemplo, falam crioulo. Têm dificuldade a expressar-se, compreender e ler em português”, observa a presidente do Conselho Executivo da D. João V, Albertina Trabulo, adiantado que, em regra, o primeiro ano na escola serve apenas para se familiarizarem com a língua. Mas formatar os alunos estrangeiros não é o objectivo. Na D. João V, “além de valorizar-se a cultura portuguesa, procura-se o conhecimento e o respeito pelas outras realidades sociais e culturais”. É uma escola “atenta à diversidade dos seus alunos”.

BRASILEIROS DUPLICAM
Em 2003/2004 mais de 80 mil alunos estrangeiros ou cujos ascendentes pertenciam a outra nacionalidade frequentavam as escolas portuguesas, do ensino pré-escolar ao secundário. Em quatro anos, desde 1999/2000, o número tinha aumentado 15,7 por cento. Mas os alunos estrangeiros não são apenas mais, são também outros.
Naquele período verificou-se uma diminuição do peso relativo dos jovens oriundos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) no sistema de ensino. Representavam 46,4 por cento dos alunos de outras proveniências e passaram a apenas 41,6 por cento.
Os alunos do Leste da Europa, que seguiram os pais, assumiram entretanto maior preponderância nas escolas portuguesas. Entre aqueles destacam-se os ucranianos, moldavos, romenos e russos. Em 2003/2004 eram sete por cento do total de estrangeiros, mais em percentagem do que os guineenses, os são tomenses ou os moçambicanos.
Os dados sistematizados pelo Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo (GIASE) revelam igualmente um aumento significativo do número de alunos brasileiros, que, em quatro anos, quase duplicou. Neste momento são a terceira nacionalidade mais representada, depois dos angolanos e dos moçambicanos.
Os alunos de outras nacionalidades, 64 por cento, concentram- -se especialmente nas escolas da região de Lisboa. No Alentejo está a parte menor – 3,4 por cento.
Mesmo se em quatro anos passaram a estudar nas escolas portuguesas mais onze mil alunos de outras nacionalidades, totalizando 81 470, eles são mais de cinco por cento da população matriculada, média muito inferior à de outros países da União Europeia.

NOVA LEI DÁ MAIOR ESTABILIDADE ÀS CRIANÇAS
A nova Lei da Nacionalidade foi aprovada na Assembleia da República há dois meses e meio, mas ainda não é conhecido o número de pessoas que vai afectar. Em entrevista recente ao CM, o Alto Comissário para as Minorias Étnicas, Rui Marques, afirmou que existem 400 mil imigrantes legalizados no País, oriundos do Brasil, Cabo Verde e Ucrânia. Por isso, Rui Marques acredita que “muitas crianças e jovens nascidos em território português vão poder ter nacionalidade portuguesa”. A nova lei permite a atribuição do BI português às crianças com pais imigrantes, nascidas no País e com o primeiro ciclo do Ensino Básico completo. Para além destas, aplica-se a imigrantes de segunda geração cujo progenitor se encontre em situação legal há pelo menos cinco anos e aos imigrantes de terceira geração com pelo menos um dos progenitores nascido em Portugal.

PROFESSORES DEFENDEM BANHO DE LÍNGUA
“Os alunos [estrangeiros] precisavam de um ‘banho’ de língua”, defende Maria João Queiroga, delegada de Português do Ensino Básico na Escola Secundária Gil Vicente. O reforço no Estudo Acompanhado não parece suficiente para habilitá-los a compreender o que lhes é ensinado numa língua basicamente desconhecida.
O Ministério da Educação atribui-lhes equivalência em função do currículo que trazem do país de origem. O que significa que a um jovem búlgaro de 16 anos, que aprendeu a ler e escrever com caracteres cirílicos, pode ser dada a ler a poesia de Fernando Pessoa.
O sistema da Secundária Gil Vicente é aplicar aos alunos um teste destinado a aferir o nível de proficiência que revela na Língua Portuguesa. Tendo em conta o resultado, podem ser integrados numa turma como as outras – quando são capazes de acompanhar o programa – ou constituir uma turma especial, com outros alunos de nível semelhante. O 7.º/3.ª é uma destas. Tem nove estrangeiros. Na quinta-feira faltaram dois, uma brasileira e um chinês.

''NA MOLDÁVIA TEMOS DE ESTUDAR MAIS'
Os alunos da Europa de Leste mostram muitas vezes surpresa ante a ‘leveza’ do ensino em Portugal. Estavam habituados a estudar mais e a que os obrigassem a isso. Os alunos de origem africana notam a generosidade dos professores, “que não batem”, e reparam no bom estado de conservação das escolas.
“Em Moçambique os edifícios são muito antigos e há poucos professores”, conta Jessé, de 16 anos, que nasceu em Nampula. “Eles batem aos alunos”, acrescenta Yalila, 14 anos, que veio de Angola.
Ilya lembra-se de que nas escolas russas os alunos não podem falar uns com os outros. E Alina, da Moldávia, a frequentar o 9.º ano na Escola Secundária D. João V, diz que no seu país “as pessoas estudam mais e o sistema é mais rígido”.

'ELA É DIFERENTE. POR CAUSA DA COR'
Yalila, de 14 anos, a frequentar o 8.º ano de escolaridade, descreve o olhar dos outros em relação a ela. “Eles pensam: ‘ela é diferente’. É por causa da cor.” O sentimento da menina angolana que quer ser enfermeira ou farmacêutica não se conforma com os resultados de um estudo publicado recentemente no ‘Journal of Ethnic and Migration Studies’, segundo o qual a maior parte dos adolescentes pertencentes a minorias étnicas estabelecidas em Portugal não se sente discriminada pela sociedade.
Da autoria do professor da Faculdade de Psicologia do Porto Félix Neto, o estudo, com base num inquérito a 313 alunos, permite concluir que é entre os cabo-verdianos o sentimento de discriminação é mais intenso, embora sem atingir nível graves.
De acordo com o mesmo artigo, aquele sentimento é tanto maior quanto mais os filhos de imigrantes se revêm na cultura original dos pais e nela se fecham. Em contrapartida, a percepção da discriminação é menor entre aqueles que revelam maior disposição para a assimilação dos valores e dos hábitos da população portuguesa.
Ainda em relação aos estudantes africanos, verifica-se que têm vindo a melhorar os resultados escolares. Na conclusão do 1.º ciclo do ensino básico chegam mesmo a ultrapassar os colegas portugueses. Mas, como permite concluir um levantamento do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas, muitos destes jovens ficam pelo caminho e são poucos os que acabam o secundário.
No caso dos cabo-verdianos, a taxa de diplomação do 1.º ciclo passou de 79 por cento, em 1997/98 para 83 por cento em 2001/2002. Entre os guineenses subiu de 85 para 88 por cento. Nos moçambicanos manteve-se nos 91 por cento. Para Teresa Seabra, socióloga da Educação, a melhoria dos resultados dos estudantes africanos reflecte o facto de estarem há mais tempo em Portugal e integrados na sociedade.
Muito diferente é a taxa de conclusão do 3.º ciclo, ou seja, da escolaridade obrigatória. Menos de metade dos alunos chega lá, o que, segundo responsáveis de associações de imigrantes africanos em Portugal, deriva, principalmente, da iniciação precoce no mundo do trabalho, associada às dificuldades económicas das famílias. No âmbito do referido estudo, não foram detectadas mais dificuldades de aprendizagem nos imigrantes do que nos não imigrantes.


DIREITOS E SENTIMENTOS
LÍNGUA MATERNA
As escolas portuguesas deviam promover a aprendizagem da língua materna dos alunos imigrantes, defende--se no estudo ‘Filhos de Imigrantes: monitorização do seu acesso à sociedade do conhecimento’, coordenado por Maria Margarida Marques, professora de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa.

DIREITO À EDUCAÇÃO
Todas as crianças, qualquer que seja a situação delas e dos pais perante as leis do país de acolhimento, têm o direito à educação. Isto significa que aos filhos de imigrantes em situação irregular não pode ser negada a possibilidade de frequentar a escola e de usufruir dela como qualquer outra criança.

PERTENÇA
Um estudo realizado em 2004 mostra que os filhos dos imigrantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) gostam de Portugal e querem ter a nacionalidade portuguesa, mas, questionados sobre o sentimento de pertença, consideram-se mais africanos do que lusos.

AS NACIONALIDADES DOS ALUNOS EM PORTUGAL

Etnia cigana
9312 (2002/03)
9335 (2003/2004)

Angola
15 247 (2002/03)
13 985 (2003/2004)

Cabo Verde
13 070 (2002/03)
12 040 (2003/2004)

Guiné-Bissau
5033 (2002/03)
4983 (2003/2004)

Moçambique
2143 (2002/03)
1837 (2003/2004)

São Tomé
3112 (2002/03)
2875 (2003/2004)

Brasil
8509 (2002/03)
9334 (2003/2004)

Timor
285 (2002/03)
240 (2003/2004)

Moldávia
847 (2002/03)
1108 (2003/2004)

Roménia
734 (2002/03)
1081 (2003/2004)

Rússia
634 (2002/03)
719 (2003/2004)

Ucrânia
1836 (2002/03)
2795 (2003/2004)

Índia/Paquistão
1222 (2002/03)
1105 (2003/2004)

China
1138 (2002/03)
1140 (2003/2004)

UE
11 043 (2002/03)
10 748 (2003/2004)

Outros
9207 (2002/03)
8145 (2003/2004)

TOTAL
83 372 (2002/03)
81 470 (2003/2004)

Nota: Houve uma diminuição do predomínio de estudantes oriundos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa no conjunto dos alunos de outras proveniências. Por outro lado, começaram a chegar às escolas alunos de países do Leste, nomeadamente ucranianos, moldavos, romenos e russos. Em 2003/2004 representavam já sete por cento do total de estrangeiros, superando a percentagem de guineenses, são-tomenses ou moçambicanos.

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