Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Concurso abre Medicina a todos os licenciados

Os licenciados de qualquer área poderão candidatar-se ao curso de Medicina num concurso especial aprovado ontem pelo Governo
Os licenciados de qualquer área poderão candidatar-se ao curso de Medicina num concurso especial aprovado ontem pelo Governo
Os licenciados em qualquer área vão poder candidatar-se ao curso de Medicina, através de um concurso especial aprovado ontem em Conselho de Ministos. O assunto estava a ser discutido há pelo menos um ano e a decisão foi bem aceite pelas faculdades de Medicina.
Os candidatos apenas terão de possuir o “adequado nível de conhecimento nas cadeiras nucleares”, como referiu o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira.
Para tal vão ser criadas vagas adicionais já a partir do próximo ano lectivo. A selecção dos candidatos ficará a cargo de cada faculdade.
O processo, segundo explicou ao CM o ministro do Ensino Superior, Mariano Gago, arranca com um acréscimo obrigatório de cinco por cento do número de lugares em Medicina e terminará, em 2011, com a abertura de mais 15 por cento de vagas. Se este sistema tivesse entrado em vigor este ano, por exemplo, teriam entrado mais 65 alunos (cinco por cento), além dos 1347 que conseguiram iniciar a licenciatura.
“As vagas para o concurso geral vão continuar a aumentar e, em cima dessas, acrescem mais 15 por cento até 2011”, frisou o ministro.
Outra novidade na Medicina, mas desta vez respeitante ao concurso geral, será a obrigatoriedade, a partir do ano lectivo de 2008/2009, de as provas de ingresso integrarem as áreas de Biologia, Física, Matemática e Química.
Segundo a presidente do Conselho Científico da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), Catarina Mendes de Oliveira, “as faculdades de Medicina não vêem inconvenientes” na medida governamental.
A abertura do curso a licenciados de outras áreas pode, segundo a responsável, servir para aproveitar “a maturidade das pessoas” obtida noutras áreas de trabalho e permitir “formar quem quer ser, de facto, médico”. No entanto, não é previsível que surja “uma avalancha de candidatos”.
O ministro da Presidência explicou que o novo concurso especial “é um mecanismo adicional de acesso ao curso de Medicina” e constitui “uma solução idêntica ao que existe já em outros países”.
Desta forma, “alarga-se as áreas de formação que permitem a admissão, desde que se garanta adequado nível de conhecimento nas cadeiras nucleares que são condição de ingresso”, refere o comunicado emitido no final do Conselho de Ministros.

CRITÉRIOS TÊM DE SER DEFINIDOS
“Não tenho problema em aceitar a abertura do curso de Medicina a licenciados de outras áreas”, refere Cunha Vaz, antigo presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. No entanto, considera que só deve acontecer se obedecer a critérios apertados. “Os critérios têm de estar bem definidos, serem exigentes e estabelecidos por pessoas habilitadas para o fazer”, afirma Cunha Vaz, sublinhando que “as pessoas podem tirar benefícios da experiência adquirida noutras áreas profissionais” para serem bem sucedidas na Medicina.
As elevadas médias necessárias para ingressar nos cursos de Medicina em Portugal são apontadas como factor a rever: “O acesso não leva em conta, por exemplo, a vocação psicológica para a Medicina, mas as notas altas, deixando de fora pessoas com características adequadas para exercer a profissão.”
Por outro lado, o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, recusou fazer comentários. “Não me vou pronunciar sobre um assunto sobre o qual não estou informado”, justificou. Alcides Catre, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) da Região Centro, também não quis comentar.

MAIS INFORMAÇÃO
NOVA VAGA
O aluno que repetiu o exame de Química do 12.º ano por ordem do Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra obteve 19,5 valores, pelo que o Ministério da Ciência terá de criar uma nova vaga em Medicina, onde o aluno quer entrar. É o segundo lugar aberto na sequência da polémica sobre os exames nacionais de Química.

NOVE MIL ALUNOS
Em Portugal há actualmente sete cursos de licenciatura em Medicina, para além de dois cursos preparatórios (Madeira e Açores). No total, em Medicina há mais de 9300 alunos e por ano entram quase 1400 caloiros para as faculdades.

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