Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Investimento em Educação sem retorno nos resultados


O elevado investimento 'per capita' que Portugal tem feito em Educação não tem retorno nos resultados. O diagnóstico foi ontem partilhado pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e por conferencistas do encontro anual promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian. Este ano dedicada ao tema "Educação, Inovação e Desenvolvimento", a conferência lançou ontem o debate sobre as causas dos baixos níveis de qualificação dos portugueses. Para hoje esperam-se, numa segunda mesa- -redonda encarregue de retirar algumas "lições" das intervenções, contributos para definir políticas.
Questionada sobre medidas e projectos para enfrentar as deficiências do ensino comparativamente com a generalidade dos países europeus, Maria de Lurdes Rodrigues sustentou já estarem a ser dados passos com a diversificação da oferta curricular no Ensino Secundário e programas como os de Leitura e de Melhoria dos Resultados na Matemática.
Às dúvidas levantadas sobre a mobilização dos professores, descontentes com a aprovação, na semana passada, do Estatuto de Carreira Docente (ECD), respondeu minimizando críticas. "A Educação não se resume ao ECD e os professores em sala de aula percebem isso e estão a responder de uma maneira bastante competente", afirmou.
Referindo-se à importância da aprendizagem no emprego, Edward Lorenz, da Universidade de Nice, alertou que Portugal está entre os países que menos investem em formação no trabalho, privilegiando um conceito de organização que assenta em factores como a baixa autonomia e criatividade dos trabalhadores.
Júlio Pedrosa, docente e presidente do Conselho Nacional de Educação, levantou o problema do papel da família e sua relevância nos níveis de desempenho. Portugal apresenta elevada heterogeneidade socioeconómica e pais com baixas qualificações - o que se traduz "na frequência e natureza das conversas em família", sendo certo que "conversas culturais têm correlação com os resultados".
Pela multiplicidade de variáveis em causa, a Educação tem de ser analisada num enquadramento "dinâmico" e não em cortes temporais, acrescentou Margarida Chagas Lopes, professora do Instituto Superior de Economia e Gestão. "Há círculos virtuosos e viciosos que se criam", alertou.

Leitura com 450 mil euros
A Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) vai apoiar a execução do Plano Nacional de Leitura com 450 mil euros, repartidos por três anos. Em contrapartida, um representante da fundação passará a participar no Conselho Científico do Plano, estrutura que faz o acompanhamento da sua execução. O protocolo que reconhece a FCG como parceira foi assinado ontem por Marçal Grilo, administrador para a área da Educação, e Isabel Alçada, coordenadora do plano.
Presente como "mera testemunha" na cerimónia de assinatura, a ministra da Educação salientou que se trata de "apenas mais um passo" numa trajectória já longa da FCG no "estímulo à leitura". Maria de Lurdes Rodrigues salientou haver entre o seu ministério e a fundação convergência na identificação de três prioridades equipar bibliotecas e salas de aulas, valorizar as competências dos professores e criar novas dinâmicas associadas ao livro.

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