Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Docentes que querem trocar de escola têm "site"

Durante cinco anos, até 2005, Miguel Grilo, um professor de Informática de 39 anos, habituou-se "a fazer 120 quilómetros por dia, na ida e volta" para a Secundária D. Inês de Castro, em Alcobaça. Dessa experiência, veio-lhe a ideia de fazer alguma coisa pelos colegas na mesma situação. O resultado é uma página na Internet dedicada às permutas entre professores que, a pouco e pouco, vai conquistando adeptos.
"Neste momento já não preciso desse tipo de apoio", explica. "Estou desde o ano passado a dar aulas na EB 2+3 José Saraiva, em Leiria, a cidade onde vivo", explicou. "Mas quando decidi fazer isto pensei que podia ajudar os meus amigos e os meus colegas."
Passar esta ideia à prática revelou-se mais simples do que o previsto: "Tenho um amigo, o Daniel Silveira, que desenha páginas na Internet e se ofereceu para fazer a parte técnica", conta. "O alojamento, creio, é feito num daqueles sites gratuitos."

Ideia promovida por 'email'
A possibilidade das permutas já existia há muito, consagrada numa portaria de 1992 do então ministro Couto dos Santos. Mas esta alternativa, talvez pelas exigências que implica, não era nem muito divulgada nem muito procurada pelos professores: "Tentei-me informar e foi-me indicado um site onde se faziam permutas. Mas não funcionava nestes moldes, porque se destinava apenas a alguns grupos de docência."
O novo formato, aberto a todos os professores interessados, parece estar a fazer sucesso. Nas últimas semanas, graças a uma promoção à base da lógica do "passa palavra", através do correio electrónico, o site www.permutas.pt.vu recebeu a visita de várias centenas de professores.
Até terça-feira à noite, já tinham sido afixadas mais de 220 mensagens de professores, com os dados da escola a que pertencem e do estabelecimento para onde se pretendem transferir.
Miguel Grilo já não duvida que "serão muitos mais" os inscritos. Sobretudo quando, no final deste mês, forem divulgadas as listas provisórias de colocação dos concursos organizados pela Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação (DGRHE), e muitos professores se depararem com colocações que não correspondem às suas expectativas. "Estou convencido que nos próximos dias, semanas, as visitas vão aumentar muito ", garante.
Este professor explica que o objectivo da sua ideia não foi substituir as entidades a quem cabe gerir a distribuição dos professores, nem sequer orientar as carreiras dos colegas de profissão. A página é apenas um "ponto de encontro", onde desconhecidos podem ajudar-se mutuamente: "Cruzam-se duas ou mais pessoas com objectivos coincidentes, trocam endereços de email, e depois resolvem entre si os procedimentos necessários às permutas", explica.

Alternativa ao destacamento
Convém ter em conta que conseguir trocar de posto com outro professor não é tão fácil quanto possa parecer. Não basta um simples entendimento entre ambos.
Para além de estar restrito a professores dos quadros de escola ou de zona pedagógica, este mecanismo pressupõe que os candidatos sejam praticamente equiparados, tanto ao nível das disciplinas que podem leccionar (grupos de docência) como no que diz respeito à sua classificação na hierarquia da classe elaborada pelo Ministério da Educação.
Miguel Grilo, no entanto, acredita que "pelo menos para algumas pessoas", o site pode mesmo fazer a diferença, e defende que o crescimento da popularidade página pode ser uma vantagem para todos: "Quanto mais pessoas fizerem a sua entrada, mais hipóteses há de se conseguirem trocas, mesmo a distâncias maiores."
Esta será, pelo menos, uma alternativa, a não desdenhar. Sobretudo porque nestes concursos, pela primeira vez, os professores serão colocados por três anos numa escola, sem possibilidade de troca. Para conciliar a estabilidade do ensino com os interesses pessoais dos professores, o Ministério da Educação prometeu dar este ano "uma prioridade superior" aos pedidos de destacamento por aproximação à residência. Mas também os inviabilizou nos casos em que as escolas pretendidas e de origem sejam no mesmo concelho. Algo que não acontece com as permutas.

Ligações: http://www.permutas.pt.vu

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