Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Menino com doença rara realizou o sonho de voar


Parecia um sonho impossível de alcançar, mas, ontem, tornou-se real. Mesmo sem andar, Fábio Freitas, de 10 anos, de Leiria, desafiou as leis da gravidade e, "num misto de sonho e coragem, ousou deixar a firmeza da terra e experimentar as sensações únicas" do ar. O menino, que sofre de distrofia muscular, uma doença rara e progressiva, voou na aeronave Casa 212 "Aviocar" da Força Aérea Portuguesa (FAP), que partiu da Base Aérea nº 5 de Monte Real. Para casa, levou emoções e um certificado, cujas palavras jamais esquecerá.
A ideia partiu da professora que dá aulas de apoio ao pequeno Fábio. No início de Novembro, na escola Branca, do agrupamento D. Dinis, a criança ouviu um F-16 da FAP, num exercício habitual pelos céus da região. "É muito bom andar de avião", disse efusivamente Fábio, o que despertou a atenção de Laurinda Leitão.
"Perguntei-me a mim própria se ele já teria voado, até que o questionei. Ele respondeu-me que não, mas continuou a repetir que era bom", recorda. A professora ficou a pensar no desejo do aluno e comentou com algumas pessoas, que a tentaram demover da intenção de contactar os serviços da FAP. "Diziam-me que era impossível e para não pensar no assunto, mas aquilo mexeu comigo", conta.
Resolveu, ainda assim, telefonar para Monte Real, onde foi "grande a receptividade". Enviado um fax a explicar o que se passava, a resposta foi pronta e positiva, para satisfação de Laurinda.
Quando soube, a mãe de acolhimento de Fábio, Olga Duarte, nem queria acreditar. "Fiquei tão emocionada com a realização deste sonho... Nem tenho palavras para descrever...". A mãe recorda que, na véspera, a ansiedade da criança era enorme e até com um avião o pequeno Fábio dormiu.
De manhã, o táxi foi buscá-lo. O destino era a Base Aérea. Acompanhado da mãe e de uma outra menina, Beatriz Nogueira, que frequenta a mesma escola e sofre de espinha bífida, Fábio passeou pelas instalações, viu os caça F-16 e o "relógio". Poucos minutos depois das 10 horas, era chegada a hora de entrar para o Aviocar. De olhos brilhantes e semblante feliz, a criança sobrevoou Leiria e arredores, passando pela Figueira da Foz. Esteve sobre a sua casa e a escola, onde acenou aos colegas que assistiam, em terra.
"Foi giro", repetia, à chegada, demasiado eufórico para se concentrar nas palavras. Já a companheira de viagem Beatriz não conseguiu falar. "Ficou em choque", explicou a professora. Fábio regressou a casa, porque a emoção era ainda visível, brincando com um avião, durante toda a tarde.
Trocou o Super-Homem e o Homem-Aranha, até aqui os seus bonecos preferidos, pela aeronave, tripulação e passageiros. "Onde está o comandante?", questionava, enquanto tentava sentar todos os que se preparavam para a viagem, tal e qual como se passara consigo, horas antes.
Para Olga Duarte, "esta acção foi muito mais do que um sonho, foi um sopro de vida" para um menino que sofre de uma doença que não tem cura. A mãe, que acolhe uma outra menina, de 14 anos, a Patrícia, diz procurar "fazer de cada dia um dia feliz e alegre" para toda a família. "O rosto do Fábio diz tudo. Transparece boa disposição e simpatia", afirma, babada, a mãe, enquanto agarra no certificado da FAP, que "há-de ser emoldurado", e repete as palavras "sonho e coragem".

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