Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Institucionalização de crianças deve baixar


Foi abandonada no Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, pela mãe biológica. Nasceu prematura e os primeiros meses de vida passou-os entregue aos cuidados da Associação de Apoio à Criança (AAC), a única instituição de emergência infantil a norte do Porto, que ontem inaugurou novas instalações. À cerimónia não faltaram os pais adoptivos de C., casados há 22 anos, que esperaram seis anos pela possibilidade de terem o filho que a natureza lhes negou. "Foram anos muito difíceis, de muito sofrimento e de grande ansiedade", descreve o pai que ainda se emociona quando se lhe pede que recorde o momento em que lhe comunicaram que, finalmente, tinham encontrado um bebé para o casal. "Foi numa das muitas visitas que a Segurança Social fez a nossa casa. Depois de mostrarmos as condições que dispúnhamos, uma das técnicas disse-nos que daí a uma semana podíamos ir buscar a nossa menina. Foi muito emocionante. Quando chegámos à instituição e nos disseram, entre muitos bebés, 'a vossa filha é esta', foi como se ela tivesse acabado de nascer. Ficámos os dois a chorar um para cada canto a tentar gerir tantas emoções", conta.
Fernando e Emília constituem um dos dez casais que reencontraram a felicidade fazendo feliz outras tantas crianças, das muitas que já passaram pela Associação de Apoio à Criança, a funcionar desde Fevereiro de 2005, em instalações provisórias. Em breve, mudar-se-á para a Rua de Santa Maria, em pleno Centro Histórico, para um edifício integralmente recuperado com o apoio de entidades do Estado, religiosas e da população, com capacidade para 18 crianças. No acto de inauguração, a presidente da AAC, Joana Prata, alertou para a existência de "enormes problemas no cuidado de crianças em perigo, no acompanhamento das famílias biológicas, nos atrasos lamentáveis dos processos de adopção que em grande parte são da responsabilidade do Ministério da Justiça e das pessoas que trabalham no dia-a-dia no terreno". O ministro da Solidariedade Social, Vieira da Silva, repartiu as responsabilidades por todos, "desde o sistema da Saúde, da Educação, da Justiça ao da Segurança Social" na missão de encontrar um colo para as crianças abandonadas, negligenciadas ou maltratadas entregues aos centros de acolhimento temporário.

Pais muito exigentes
A directora da Segurança Social de Braga, Maria do Carmo Silva, diz que há falta de espaços de emergência infantil, mas afirma que o Estado não se pode substituir às instituições. "Devemos é estimular instituições vocacionadas para as crianças que são retiradas do seu meio familiar a tomar a iniciativa". Braga é, a nível nacional, um dos distritos que mais crianças institucionalizadas tem, devido a processos mal sucedidos. E nem sempre por razões burocráticas. Maria do Carmo alude às muitas exigências colocadas pelos candidatos à adopção. "Exigem que a criança não tenha mais que três anos, que seja de raça ariana, que não tenha qualquer deficiência, entre outras características, o que complica muito. Muitos desistem na primeira entrevista, quando confrontados com o peso da responsabilidade de ser mãe ou ser pai".

0 Responses to “Institucionalização de crianças deve baixar”

Enviar um comentário

Search

Sugestão

Calendário


Internacional

eXTReMe Tracker BloGalaxia

Powered by Blogger


Which Muskehound are you?
>

XML