Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Aulas de português proibidas em liceu suíço

O director de uma escola suíça está a impedir, desde Janeiro, cerca de 100 alunos portugueses de frequentar as aulas de língua portuguesa, atitude que pais, alunos e professora consideram "xenófoba" e "discriminatória".
Na escola de St. Gallen, próximo de Zurique, 95 alunos portugueses frequentavam, até 27 de Janeiro, as aulas de língua e cultura portuguesa em horário extra-curricular.
O curso de português, do segundo ao décimo ano, é ministrado por uma professora portuguesa paga pelo Ministério da Educação de Portugal. A professora Teresa Soares contou à Agência Lusa que durante um ano recebeu várias cartas e "e-mails" do director da escola, queixando-se que não deixava a "sala limpa", o quadro "estava mal apagado" e que "desapareciam coisas".
"O director da escola dizia ainda que eu não sabia tomar conta dos alunos", disse Teresa Soares, adiantando que informou a Embaixada de Portugal em Berna sobre o que se estava passar.
"Depois de ter tentado falar várias vezes com o director da escola e este recusar, resolvi marcar uma reunião na direcção escolar com o director", disse a professora, que há 25 anos dá aulas de português no estrangeiro.
Nesse encontro, que se realizou em Dezembro, o director reiterou as acusações e manifestou-se surpreendido com o elevado número de alunos de português.
Teresa Soares sublinhou que, na altura, propôs à direcção escolar a divisão dos alunos por várias escolas para "não sobrecarregar" o mesmo estabelecime nto de ensino.
Apesar da proposta e da reunião, as queixas continuaram e no dia 04 de Janeiro o director escreveu à professora, informando-a que a 27 de Janeiro teria que entregar as chaves da escola e que estava impedida de leccionar.
"Contactei a coordenadora do ensino do português na Suíça que disse que estava a resolver a situação", disse.
"A 27 de Janeiro fui dar a aula normalmente e apareceu na sala o director a dizer que tinha que me ir embora e para entregar as chaves", afirmou, acrescentando que desde esse dia os 95 alunos nunca mais tiveram aulas de português.
De acordo com a professora, a embaixada está a acompanhar a situação, apesar de ter "tomado uma atitude fraca em relação às autoridades suíças".
Entretanto, a professora, a pedido da embaixada, está a tentar encontrar salas em St. Gallen para continuar com as aulas de português e arranjou um advogado para a orientar.
"Segundo a legislação suíça, o director da escola não podia expulsar os alunos portugueses da escola", disse, salientando que se trata de actos "discriminatórios, xenófobos e arrogantes".
José Estêvão, que tem uma filha de sete anos a frequentar o segundo ano do curso de português, também classifica esta atitude de "xenófoba".
O português disse à Agência Lusa que os pais foram informados pela embaixada, através de uma carta enviada pela professora, que não haveria aulas até que fosse encontrada uma sala.
"A única explicação dada é que a escola não quer lá aquela professora", afirmou, adiantando que pais e alunos gostam de Teresa Soares.
"Nós queremos a mesma professora até ao fim do ano", disse, lamentando a situação. Clara Valverde, estudante do 9º ano, disse à Agência Lusa que ficou "admirada com a expulsão" e realçou que a sua classe "é bem comportada" e que não conhece "alunos portugueses mal comportados".
"Eu gosto muito de ir à escola e de aprender português", disse a jovem, que nasceu na Suíça, mas tem nacionalidade portuguesa, sublinhando que a profes sora "ensinava bem".
Segundo Clara Valverde, esta não é a primeira vez que alunos portugueses são discriminados na Suíça, pois muitos filhos de emigrantes são colocados em classes especiais para estrangeiros. "Já tive problemas na escola por ser filha de portugueses. Tinha notas suficientes e não me deixaram entrar na escola secundária", lamentou.
Contactada pela Agência Lusa, fonte da escola disse que "houve distúrbios graves provocados pelos alunos portugueses porque não eram vigiados nem acompanhadas pela professora". "Durante um ano escrevemos cartas para a embaixada de Portugal a descrever e a alertar para a situação, mas não obtivemos resposta", adiantou.
A fonte desmentiu tratar-se de um acto xenófobo, uma vez que a escola é frequentada por árabes, croatas, italianos e sérvios. "Aconteceu não por serem portugueses, mas por falta de acompanhamento e autoridade", salientou.

Aluno da Universidade Lusíada ameaçou imolar-se pelo fogo

A Universidade Lusíada foi ontem surpreendida por um aluno que se barricou no estabelecimento. O indivíduo ameaçava imolar-se pelo fogo, caso não lhe garantissem uma fiscalização à revisão dos seus exames. Acabou por sair escoltado pela PJ.
Um aluno da Universidade Lusíada do Porto barricou-se ontem num dos edifícios do estabelecimento e ameaçou imolar-se pelo fogo utilizando gasolina e um isqueiro, caso não obtivesse a garantia de fiscalização da revisão de seis exames. O indivíduo, de 41 anos, inscrito segundo ano do curso de Direito, esteve barricado durante cerca de três horas. Saiu por volta das 14h00 acompanhado por vários elementos da Polícia Judiciária com um cigarro na boca, depois de ter negociado com o Director da universidade e com um elemento da PJ. Exigiu também a presença de uma jornalista da SIC como testemunha do acordo.
Nenhum responsável da Universidade Lusíada se mostrou disponível para prestar declarações aos jornalistas que compareceram no local. Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da Fundação Minerva, proprietária das Universidades Lusíada, António José Moreira, disse que o aluno deitou combustível nos sofás e ameaçou incendiar-se. “Tentámos conversar com o aluno, à distância, porque ele não deixava ninguém aproximar-se, e percebemos que havia da parte dele uma ideia má sobre a universidade”, disse. De acordo com António José Moreira, o aluno saiu “sem oferecer resistência, acompanhado pelo coordenador da Polícia Judiciária que esteve a dialogar com ele cerca de meia hora e depois de ter falado com uma jornalista da SIC”.
“Demonstrava distúrbios psicológicos e invocava figuras políticas do passado, como Salazar, Hitler e outros”, disse António José Moreira, acrescentando que, enquanto esteve barricado, o aluno “pediu uma auditoria ao curso de Direito por parte do ministério da tutela”. O vice-presidente da fundação referiu que este aluno está a frequentar o segundo ano do curso de Direito, tendo completado com sucesso todas as disciplinas do primeiro semestre, não lhe sendo conhecidos antecedentes que expliquem o seu acto.
Os alunos da Lusíada reagiram com tranquilidade à barricada, mostrando-se apenas preocupados com o facto de terem exames marcados para ontem. Logo que o incidente se resolveu, ouviram-se piadas sobre a barricada. O JANEIRO contactou a Directoria do Porto da Judiciária, cerca das 15h00, mas já não se encontrava ninguém no gabinete de imprensa.

Ameaça: Regado com gasolina
Além da PJ, compareceram no local vários meios e elementos do INEM, dos Bombeiros e da PSP. Só os Bombeiros Sapadores do Porto aceitaram informar a comunicação social presente. Fernando Soares revelou que o indivíduo tinha um bidão com dez litros de gasolina que verteu sobre e si e no pavimento da sala de espera onde se barricou. O espaço, com cerca de três metros quadrados, tinha duas portas que foram bloqueadas com sofás. O estudante de Direito utilizou uma das portas para comunicar. Depois de dialogar com o director da Universidade e com o Comissário da PJ, preencheram um papel que foi carimbado e chamaram a jornalista. Só então saiu.

Em vez da existência de uma Comissão para a Prevenção da Corrupção, a funcionar junto do Parlamento, como o deputado socialista João Cravinho queria, o PS aceita criar um Observatório para a Corrupção, com funções e competências que não colidam com as do Ministério Público (MP) e a Polícia Judiciária (PJ).
O futuro organismo ficará sediado numa universidade de prestígio. "Pública, de preferência", segundo disse ao JN o deputado socialista Vera Jardim após o plenário em que os 16 diplomas sobre esta matéria foram ontem debatidos. Aí, baixaram todos - sem terem sido votados - à comissão parlamentar, onde serão agora discutidos na especialidade.
A abrir a sessão, o vice-presidente da bancada e membro do grupo de trabalho socialista, Ricardo Rodrigues, anunciou haver "consenso", pelo que PS votaria a favor de um Observatório e não de uma Comissão - como o PCP também propõe - ou de uma agência, advogada pelo PSD.
O deputado açoriano explicou que a discordância da Direcção parlamentar em relação à proposta de Cravinho, neste capítulo, se prendia com "a figura institucional". E também, justificou, "porque as competências [que o projecto propõe atribuir-lhe] já estão enquadradas" no MP e na PJ.
No final da sessão, Vasco Franco - um dos quatro subscritores dos dois diplomas de Cravinho - referiu-se ao acordo alcançado "Não nos custa aceitar um Observatório, uma entidade independente sediada numa universidade prestígio", porque "fica preenchido um vazio existente", alegou.

PCP "apressa" Governo
Esta será a única proposta de Cravinho aceite pelo PS, e mesmo assim adulterada, para que o futuro organismo não tenha funções de investigação às ameaças de corrupção.
Reiterada foi a recusa do PS em definir como crime um acto corrupto para fim lícito ou ílicito, defendido no hemiciclo por Irene Veloso - "é igualmente grave" agir de quaisquer das formas para ter "o que não lhe é devido", disse. Essa tipificação será definida no âmbito do Pacto da Justiça, com o PSD, disse Ricardo Rodrigues.
Ontem mesmo, e depois de o PCP ter proposto ser o Parlamento a ratificar a convenção da ONU de combate à corrupção, assinada por Portugal em 2003, por o Governo ainda não o ter feito, o Conselho de Ministros apressou-se e fê-lo, na reunião dessa mesma tarde.


Este ano lectivo, era a primeira vez que os alunos da turma F do 7º ano da Escola EB 2/3 de Rio Tinto, em Gondomar, iam ter Francês. Porém, a meio do segundo período, já tiveram mais "furos" do que aulas. A professora que lecciona a disciplina faltou, até ao momento, 35 vezes. Indignados e preocupados, os pais já reuniram com a escola, já escreveram à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) e até enviaram uma carta à ministra da Educação. Sem sucesso.
Ontem de manhã, os pais continuavam à espera de uma solução. Contactada pelo JN, a presidente do conselho Executivo da escola, Judite Preto, escusou-se a prestar declarações, alegando não estar autorizada. A responsável adiantou, contudo, que o concurso para preencher o lugar da professora fechou anteontem e que, agora, vão ser analisadas as propostas. "A situação vai ser resolvida imediatamente", afirmou.
Depois de a docente de Francês ter faltado a 40% das aulas no primeiro período e "nem sequer ter aparecido no segundo", os pais dos alunos já não acreditam que seja possível recuperar o tempo perdido. "Estão praticamente a zero", refere Pedro Barata, representante dos pais daquela turma.
O porta-voz dos encarregados de educação do 7º F acusa o Conselho Executivo da escola de "má vontade em solucionar o problema". Pedro Barata conta que chegou a ser aberto um concurso para preencher a vaga da professora ausente (que também lecciona Português). No entanto, "a vaga colocada a concurso tinha o código para a docência de Português e não para a de Francês". O responsável diz que a direcção da escola tem "um braço de ferro com a ministra. Por isso, querem delegar nos pais a resolução do problema".
Manuela Moreira, vice-representante dos pais da turma em causa, corrobora "A presidente do Conselho Executivo diz que a ministra ouve mais depressa os pais do que os professores".
Enquanto a situação não se resolve, os 27 alunos continuam sem Francês e nos "furos" são distribuídos pela biblioteca, sala de estudo e sala de tecnologias. "Quando estão vagas, se não vão brincar", explica Manuela Moreira, garantindo que a turma nunca teve aulas de substituição, como está previsto na lei.

Representante dos pais da turma 7ºF
A professora de Francês está de baixa médica, mas não é isso que está em causa. O que não compreendemos é que a direcção da escola, a DREN e o Ministério da Educação não tenham condições para colmatar a falta de uma professora"

Vice-representante dos pais da turma 7ºF
Nunca houve aulas de substituição. Os alunos são distribuídos pelas salas de estudo e de tecnologias e pela biblioteca da escola, quando há vagas, se não vão brincar. É uma turma com alguns casos complicados e isto só vem piorar"

Alunos sem cadeiras no reinício das aulas

Crianças tiveram aulas sentadas no chão, durante quase toda a manhã de ontem. Camião tinha o mobiliário escolar, mas ninguém quis descarregá-lo
Na porta da escola estava estacionado um camião cheio de carteiras e cadeiras. Lá dentro, 106 crianças tinham aulas sentadas no chão. O caso aconteceu ontem, em Sernancelhe, e marcou o auge da "guerra" entre a autarquia e o Ministério da Educação (ME), que teve início há um ano com o encerramento "precipitado" de 17 das 21 escolas do 1.º Ciclo do concelho.
Os alunos chegaram manhã cedo, mas as salas da Casa da Criança - um edifício que os acolherá enquanto é construída a nova escola - estavam vazias. Os quadros de lousa preta, as carteiras, cadeiras e o resto do material didáctico, vindo da escola que foi demolida há cinco dias, estavam num camião parado à porta.
A polémica estalou e o ambiente entre os pais aqueceu, quando souberam que a Câmara se recusava a descarregar o mobiliário e os serviços do ME também. O braço-de-ferro durou mais de três horas, sempre com as crianças a ter aulas sentadas no chão. Só acabou ao fim da manhã, depois do ME ter contratado uma empresa que instalou o mobiliário escolar nas salas da Casa da Criança.
Antes, ouviram-se apupos ao presidente da Autarquia, que foi ao local tentar acalmar os pais. Não o conseguiu, porque a ira estava ao rubro. "Mentiroso, mentiroso", ecoava na sala. "Se ele teve capacidade e autoridade para tirar os móveis da escola que demoliu, também tem para os instalar aqui agora", protestava uma mãe com o dedo apontado ao presidente da Câmara de Sernancelhe, José Mário Cardoso. O autarca ouviu e reagiu com o fax que recebera do ME no dia anterior.
"Informaram a Câmara de que a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) teria aqui hoje uma equipa para descarregar o mobiliário escolar do camião. Afinal, não está cá ninguém. Eles é que mentiram", respondeu José Mário Cardoso. Uma fonte do ME explicou ao "Jornal de Notícias" que a "equipa" referida no fax esteve sempre no local. "Estiveram lá responsáveis locais e regionais da tutela, não para descarregar o camião, mas para ultimar o necessário e garantir que as aulas decorressem com normalidade", disse a mesma fonte.
"O trabalho de instalação do mobiliário, esse seria sempre da competência da autarquia e não do Ministério da Educação", acrescentou.

Encarregada de educação
Andam a brincar connosco, não se admite. E o pior é que quem sofre mais são os nossos filhos. Isto pode marcá- -los para toda a vida. O processo de transferência da escola velha para a Casa da Criança foi de uma incompetência total. É lamentável que isto tenha corrido tão mal.

Encarregada de educação
É uma vergonha o que se passou aqui hoje. Nunca imaginei ver as crianças a ter aulas sentadas no chão. Foi vergonhoso. A Câmara podia e devia ter evitado isto tudo. É a principal culpada pelo sucedido. O presidente esteve cá mas fugiu logo a seguir. Teve medo de enfrentar os pais.

Bacharelato em Protecção Civil no IPG

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) pode vir a ter um bacharelato em Protecção Civil, Planeamento e Emergência, vocacionado para os elementos ligados a este sector, mas aberto também ao público em geral. A proposta é da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda, que deverá assinar brevemente um protocolo de cooperação no âmbito da formação e do envolvimento técnico-científico da instituição de ensino superior nalguns projectos de prevenção de fogos florestais.
Segundo Madeira Grilo, presidente da Federação, houve "total abertura para esta parceria, pois o presidente do IPG entende que as nossas propostas mais não pretendem do que a dignificação dos bombeiros, como instituição e homens que a sociedade aceita e estima". Facilitar e incentivar a frequência dos cursos do Politécnico, concedendo condições especiais para os bombeiros estudantes, é outra das sugestões apresentadas pela Federação, que reúne as 22 corporações do distrito. Os bombeiros querem ainda que o Instituto colabore na edição de uma revista técnico-científica dedicada "à ciência do tempo, dos ventos, dos fenómenos atmosféricos de prevenção do fogo e da vertente Social", acrescentou.
Por outro lado, o IPG foi desafiado a participar "activamente" no Observatório Transfronteiriço de Fogos Florestais, um projecto a desenvolver com os serviços de bombeiros e protecção civil da província espanhola de Salamanca. Em 2006, arderam no distrito da Guarda 5.369 hectares de floresta, contra 23.246 hectares no ano anterior.
A Guarda foi o município mais fustigado, com 906 hectares ardidos, cabendo-lhe ainda um saldo trágico de seis mortes no fogo de Famalicão da Serra, em Julho.

Bolseiros pagam mais propinas em Aveiro

A Juventude Comunista Portuguesa (JCP) apelou ontem à mobilização dos alunos bolseiros da Universidade de Aveiro contra o aumento a que foram sujeitas as propinas que pagam naquele estabelecimento de Ensino Superior. A JCP distribui pela hora de almoço cerca de mil panfletos à entrada da cantina universitária de Aveiro, em Santiago, onde lembra que os alunos bolseiros da Universidade de Aveiro passam agora a pagar 900 euros de propinas.
"É um aumento de 400 euros nas propinas dos bolseiros, já que a maioria recebe a bolsa mínima de 501 euros", disse Rita Morais da Direcção Central do Ensino Superior da JCP aos jornalistas.
"Estamos aqui para alertar os estudantes para esta situação, para que tomem consciência do problema e se organizem para partir para a luta", referiu.
A Juventude Comunista Portuguesa considera os aumentos como brutais, levando a que muitos jovens não possam frequentar o Ensino Superior Público. A reitora da Universidade de Aveiro , Helena Nazaré, contactada pelo JN, não quis comentar o aumento das propinas dos alunos bolseiros.

Politécnico já tem verba para nova escola

O Instituto Politécnico de Beja (IPB) já dispõe de verbas para arrancar, no Verão, com a construção da nova Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTIG), em instalações provisórias há oito anos, revelou ontem o presidente da instituição.
Em declarações à agência Lusa, José Luís Ramalho adiantou que a unidade de gestão do Programa Operacional Sociedade da Informação "aprovou o financiamento necessário para a primeira fase" de construção da nova ESTIG, no valor de três milhões de euros. Com esta verba garantida, o IPB vai avançar com as alterações ao projecto e lançar o concurso público, prevendo que as obras arranquem "no próximo Verão".
Lembrando que o prazo de execução é de um ano, José Luís Ramalho previu ainda que, "se não se verificarem atrasos, a nova ESTIG poderá estar concluída e entrar em funcionamento no Verão de 2008". Segundo o responsável, depois de concluída a primeira fase de construção da ESTIG, o IPB irá candidatar a segunda fase a programas comunitários.
A ESTIG é a única das quatro escolas do IPB situada fora do "campus" e que não dispõe de instalações próprias, funcionando há oito anos em antigas oficinas alugadas à REFER.

Governo recua no fecho da D. João de Castro


A Escola Secundária D. João de Castro, no Alto de Santo Amaro, condenada ao encerramento no decurso do ano passado - e cuja sentença de morte tanta tinta fiz correr nos jornais - vai reabrir portas no próximo ano lectivo, após obras de requalificação, vocacionada para o ensino secundário e profissional, confirmou o JN junto de fonte do Ministério da Educação.
Segundo o decreto-lei anteontem publicado em Diário da República, o planeamento, gestão e execução da intervenção ficará a cargo da Parque Escolar EPE, uma entidade pública empresarial que irá ter também a seu cargo a modernização de outros estabelecimentos, entre os quais os liceus Pedro Nunes, Machado de Castro e Passos Manuel.
O recuo da tutela em fechar a D. João de Castro - decisão fundamentada na altura com baixo número de turmas a funcionar - apanhou de surpresa, pela positiva, todos quantos se envolveram na luta pela manutenção das instalações. Em causa está uma escola com mais de meio século, dotada de uma vista soberba para o Tejo, amplos pátios arborizados, polvilhados de pássaros, esquilos, papagaios e pavões.
Corpo docente, alunos e pais nunca aceitaram os argumentos invocados pelo Ministério, suspeitando sempre que, na origem da decisão, estariam interesses imobiliários. Políticos, autarcas e partidos da Oposição na Assembleia da República juntaram-se, durante meses, à contestação. Granjearam até o apoio de alguns antigos alunos ilustres, entre os quais Manuela Ferreira Leite, Durão Barroso, Rosado Fernandes, Odete Santos e João Cravinho.
Certo é que, após inúmeras manifestações dentro e fora de portas, uma providência cautelar interposta por pais de alunos e pelas juntas de freguesia de Alcântara e Ajuda, e ainda uma petição com mais de sete mil assinaturas, discutida no Parlamento, aconteceu o inesperado volte-face, que vem colocar um ponto final ao que a comunidade escolar já apelidava de "assassinato cultural".

"Vale a pena lutar"
Para trás ficou também a perspectiva de fusão da D. João de Castro com a Fonseca Benevides (numa primeira fase) e depois com a Rainha D. Amélia, escolas que também andavam inquietas com a mudança, ou por falta de espaço, ou devido à falta de afinidade com os projectos educativos e curriculares da D. João.
Carlos Fogaça, o primeiro subscritor da referida petição, é uma das vozes surpresas e felizes com o desfecho. Em declarações à agência Lusa, lamentou, no entanto, que o Governo não tenha dado essa indicação quando o documento foi discutido no Parlamento, em Janeiro.
Contactado pelo JN, José Godinho, presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, mostrou-se radiante com a notícia. "Significa que vale a pena lutar. Se não tivesse havido luta, estariam agora ali a construir um condomínio", sublinhou, em tom irónico.
Miguel Pinto, professor de matemática da D. João e ex-presidente do Conselho Executivo, referiu que o Ministério pretende agora fazer o que recusou no passado. O docente conta que, há alguns anos, apresentou a proposta à tutela, de criar ensino profissional através de um protocolo com a Casa Pia, mas sem êxito.

Bilhete Postal: Ignorantes e despreocupados

Dois sociólogos, Elísio Estanque e Rui Bebiano, fizeram um inquérito aos estudantes de Coimbra. O que lêem, como se preparam para vida?
Um terço nunca lê jornais. Um quinto não pegou, no último ano académico, num só livro. Outra conclusão: são cada vez mais os que só pensam na vidinha, depressa e já. É um estudo, são letras, para quê lê-las?
As conclusões, a cores, passam todas as noites na RTP 1, no programa ‘Um Contra Todos’ – com a vantagem de o âmbito não ser coimbrão e jovem, mas nacional e de todas as idades. Aí, a pior das ignorâncias: tê-la e não o saber, a ponto de ousar expô-la sem vergonha.
Quanto à programação da vida, já vários concorrentes nos explicaram como a fazem: “Profissão? Estou desempregado. O que vou fazer se me sair o prémio? Viajar.”
Ferreira Fernandes, jornalista

O ministro da Ciência e do Ensino Superior anunciou hoje que o Governo vai apresentar um novo sistema de mobilidade para os estudantes, que permitirá que licenciaturas e mestrados obtidos no estrangeiros passem a ter reconhecimento automático em Portugal.
"Trata-se de uma revolução no sistema de mobilidade nacional e internacional, cujo objectivo é reforçar a capacidade de atracção para Portugal de portugueses e estrangeiros com altas capacidades académicas e científicas", salientou Mariano Gago, no Parlamento, numa sessão de perguntas sobre o sector que tutela .
No final, em declarações aos jornalistas, o ministro explicou que o novo sistema de mobilidade - que estará disponível para consulta pública dentro de semanas e concluído dentro de meses - vai permitir que, como já acontece com os doutoramentos, os outros graus de ensino obtidos no estrangeiro passem a ter reconhecimento automático em Portugal, acabando com o actual regime de equivalências.
"Desde que seja uma licenciatura reconhecida no país de origem será automaticamente reconhecida no nosso país, sem quaisquer equivalências. Esse licenciado terá as mesmas garantias e direitos de um licenciado em Portugal", assegurou.
De acordo com Mariano Gago, também haverá uma simplificação da transposição das classificações obtidas no exterior para a escala portuguesa.
"Faz-se uma transferência directa, linear, de uma escala para a outra, ao contrário de hoje em que ao estudante era dada sempre a classificação mínima, o que é absolutamente inaceitável", disse.
Por outro lado, acrescentou, este novo regime de mobilidade facilitará o reingresso no ensino superior daqueles que abandonaram este grau de ensino.
Mariano Gago anunciou ainda que, dentro de algumas semanas, será remetida à Assembleia da República a proposta da nova lei de avaliação do ensino superior.
"Todas as instituições de ensino superior, para lá do processo de autoavaliação, todas elas têm de ser avaliadas externamente e de forma independente", explicou o ministro.
Da reforma do ensino superior que o Governo pretende pôr em prática até meados do ano fazem ainda parte diplomas como o novo estatuto do ensino particular e cooperativo e a proposta de lei sobre a autonomia do ensino superior - que o Governo promete trazer ao Parlamento até Maio -, bem como o estatuto das carreiras docentes universitária, politécnica e de investigação, a concluir até ao Verão.
No debate, o PSD acusou o ministro Mariano Gago de "opacidade e falta de transparência" na forma de nomeação dos membros da agência nacional de avaliação e acreditação do ensino superior.
"Num conselho geral com três elementos, dois são nomeados por Vexa. e o outro é nomeado pelo ministro das Finanças. Que transparência é esta, que independência é esta?", criticou o deputado social-democrata Agostinho Branquinho.
A acusação foi rejeitada pelo ministro da Ciência e do Ensino Superior: "Não há governamentalização, pelo contrário, pela primeira vez há uma avaliação independente do ensino superior".
Mariano Gago refutou igualmente críticas do PCP e BE de que estaria a "desfigurar o sistema público de ensino superior".
"Não há qualquer ideia, intenção, propósito ou prática de qualquer modelo de privatização dos estabelecimentos de ensino superior público em Portugal", garantiu Mariano Gago.
Sobre as acusações de que existiriam mais de 2000 docentes do ensino superior em risco de ficarem desempregados, Mariano Gago rejeitou estes números, acusando a oposição de "tentar lançar o pânico" neste grupo profissional.
"Não há nenhum risco [de desemprego]. Existem casos de professores com contratos temporários. Mesmo nesses casos, que são poucos em Portugal, o nosso Ministério criou um sistema de requalificação profissional, permanentemente aberto, e que permite aos docentes obter um grau superior", explicou.

O Governo quer criar, até Junho, a Caderneta Individual de Competências, um instrumento que vai registar toda a formação realizada pelo trabalhador ao longo da vida, de acordo com o documento hoje entregue aos parceiros sociais.
Esta é uma das metas propostas pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social no documento intitulado “Bases para um acordo de reforma da Formação Profissional”, hoje entregue aos parceiros sociais, no final da reunião em sede de concertação social.
Com base neste documento, Governo, confederações patronais e sindicais vão realizar reuniões bilaterais até 14 de Março, dia em que ocorre aquela que deverá ser a reunião decisiva sobre um eventual acordo tripartido.
A Caderneta Individual de Competências constitui um instrumento de registo de todo o investimento em formação realizado ao longo da vida, quer esse investimento esteja enquadrado pelo Catálogo Nacional de Qualificações, quer corresponda a formação não inserida nesse Catálogo e logo ainda não certificada.

Catálogo de qualificações até Junho
Em relação ao Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ), o Governo propõe que a primeira versão seja apresentada em Março deste ano e a aprovação do quadro legal de suporte até Junho de 2007.
O conjunto dos perfis profissionais, referenciais de formação e critérios para reconhecimento de competências pela via da experiência darão forma ao Catálogo, que se organizará na lógica da dupla certificação (escolar e profissional).
O CNQ pretende, nomeadamente, melhorar a produção de qualificações e competências críticas para a competitividade e modernização da economia, a flexibilidade na obtenção da qualificação e na construção do percurso individual de aprendizagem ao longo da vida e a qualidade do sistema de educação e formação.
Segundo a proposta do Governo, o CNQ deverá ser actualizado em permanência, promovendo a integração de novos perfis e referenciais e a revisão dos perfis e referenciais que o compõem no mínimo a cada dois anos.

Adequar oferta às necessidades de formação
O documento propõe ainda consolidar, com base no calendário previsto na Iniciativa Novas Oportunidades, o dispositivo de Reconhecimento, Certificação e Validação de Competências, de forma a assegurar a adequação da oferta formativa às necessidades das pessoas, a valorizar as aprendizagens por via da experiência e procurando o crescente envolvimento das empresas na qualificação dos seus trabalhadores.
Até Junho de 2007 o executivo pretende reformar o actual Sistema Nacional de Certificação Profissional, criando o Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) e o Sistema de Regulação de Acesso a Profissões.
Rever, até Junho, as prioridades e o modelo de financiamento da formação profissional é outro do objectivo definido no documento que serve de base ao eventual acordo tripartido. As prioridades passam por concentrar o financiamento nos dispositivos e modalidades de formação (quer inicial quer contínua) que promovam a aquisição de competências escolares e profissionais certificadas, privilegiar os apoios à formação de adultos nas ofertas que se inscrevem em processos de RVCC e a criação do cheque-formação.

Os projectos de Educação para a Saúde, que incluem a educação sexual obrigatória, vão ser desenvolvidos em cada escola do 2º e 3º ciclos por um professor coordenador nomeado pelos conselhos executivos, segundo um despacho publicado na terça-feira.
De acordo com o despacho do secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, o coordenador será nomeado em cada estabelecimento de ensino tendo em conta a sua formação e experiência no desenvolvimento de projectos e actividades nesta área, podendo beneficiar de uma redução lectiva de três horas por semana.
No documento, publicado em “Diário da República”, o Governo considera que “a Educação para a Saúde, para a sexualidade e para os afectos se incluem entre as múltiplas responsabilidades da escola actual”.
A obrigatoriedade de abordar a Educação para a Saúde nos estabelecimentos de ensino foi determinada pelo Ministério da Educação em Setembro do ano passado, devendo ser leccionada nas chamadas áreas curriculares não disciplinares como a Área de Projecto e a Formação Cívica.

Alimentação, violência escolar, tabaco, álcool, drogas...
Além da educação sexual, que é obrigatória, a Educação para a Saúde abrange ainda as temáticas da alimentação, violência escolar e tabaco, álcool e drogas, cabendo às escolas do 2º e 3º ciclos escolher e abordar pelo menos uma delas.
No mês passado, o Grupo de Trabalho de Educação Sexual (GTES), constituído pelo Ministério da Educação para reformular o ensino desta área, recomendou que todas as escolas devem avançar com projectos até Junho, dedicando à matéria pelo menos uma aula por mês.
O grupo de trabalho presidido pelo psiquiatra Daniel Sampaio estabeleceu, na altura, que “a efectivação, no mínimo mensal, de sessões sobre sexualidade e respectiva avaliação é obrigatória” em todos os estabelecimentos de ensino do 2º ciclo ao secundário.
A fisiologia geral da reprodução humana, o ciclo menstrual e ovulatório, o uso de métodos contraceptivos e a prevalência e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis são algumas das matérias que deverão ser abordadas nas sessões de educação sexual, entre o 6º e o 9º anos.

Os alunos candidatos ao ensino superior vão poder entregar as candidaturas pela Internet a partir do próximo ano lectivo, de acordo com um decreto hoje publicado em “Diário da República”.
A medida, anunciada no início de Janeiro, e insere-se no programa de simplificação administrativa do Estado (Simplex). De acordo com o “Diário da República”, esta iniciativa pretende introduzir progressivamente o recurso à Internet na realização do concurso nacional de acesso ao ensino superior.
O decreto hoje publicado prevê também a divulgação através da Internet de toda a informação relevante para os candidatos ao ensino superior sobre os estabelecimentos e cursos existentes.

Informação sobre normas on-line
Será também divulgada por via electrónica toda a informação referente às normas legais aplicáveis ao ensino superior, às provas de ingresso, aos pré-requisitos, às classificações mínimas e às vagas existentes, entre outras.
O objectivo é substituir a edição anual em papel dos guias com informação sobre o ensino superior e as condições de acesso pela Internet.
Para o Governo, esta medida vai ter “um grade impacto junto dos candidatos, nomeadamente dos cidadãos portadores de deficiência, em virtude de disponibilizar o processo de candidaturas através da Internet e iniciar um caminho convergente em direcção a um portal de apoio ao estudante”.

O Infarmed ordenou hoje a suspensão imediata da venda de todos os lotes de soro fisiológico das marcas Modelo, Continente, NaTerra, Rio Bravo, CNR, Hidro, GSL, Stéri-Santé, AGA, Pingo Doce e Eloos.
Em dois comunicados divulgados no seu site, a entidade que regula o sector dos medicamentos em Portugal adianta que foi detectado no soro fisiológico destas marcas o "risco de contaminação microbiológica".
Em comunicado, o Infarmed sublinha que "o risco de contaminação microbiológica, ou seja, a existência de um nível acima do previsto de microorganismos, poderá provocar infecções bacterianas", mas esclarece que "não houve, até ao momento, qualquer notificação de incidente relacionado com estes produtos".
O Infarmed apela, ainda, à destruição daqueles produtos por utilizadores que os tenham em sua posse. A recolha dos lotes de soro está a ser feita de forma voluntária pelas marcas GSL - Produtos Químicos e Farmacêuticas, Lda e AGA - Álcool e Géneros Alimentares, Lda, acrescenta o instituto. O soro fisiológico tem como finalidade a lavagem das fossas nasais ou a limpeza oftalmológica.

'Donas de Casa Desesperadas’ vai ficar no ar até 2011. O contrato, por mais quatro anos, rende ao autor da série de sucesso norte-americana mais de 7,6 milhões de euros.
Marc Cherry e a estação ABC assinaram contrato anteontem, segundo a revista ‘Variety’. O acordo garante, assim, a continuidade de ‘Donas de Casa Desesperadas’ até à sétima temporada. Nessa altura, isto é, em 2011, o autor admite “parar”, como referiu à citada publicação.
Mas não foi só o criador que acertou o prolongamento do contrato com a cadeia de TV norte-americana. A ‘Variety’ diz que a ABC também negociou, de forma discreta, a continuidade do elenco principal, procurando assim mantê-lo durante o mesmo tempo que Cher-ry.
‘Donas de Casa’, que se estreou nos Estados Unidos no Outono de 2004, é líder incontestado das audiências, chegando a atingir picos na ordem dos trinta milhões de telespectadores. Por exemplo, no domingo a série teve uma audiência média de 11,7% e um share de 18%, segundo dados da Nielsen Media Research, empresa de audimetria norte-americana. O formato, que vai para o ar às 22h00, torna-se assim fortemente responsável pelo desempenho do canal no horário nobre. No mesmo dia 18, a ABC logrou, no ‘prime time’, 8,2% de audiência média e 13% de share, deixando no segundo posto a CBS (7,1%-11%) e no terceiro a FOX (5,2%-8%).

NA TV PORTUGUESA
A série é igualmente exibida com sucesso em muitos países. Portugal não foge à regra. A SIC, pontualmente, vai colocando no ar repetições da segunda temporada, a mesma que ainda passa na FOX (cabo). A estação de Carnaxide ainda não sabe quando colocará no ar a terceira temporada, já em exibição nos Estados Unidos, mas é ponto assente que a estreia acontecerá ainda este semestre. Por seu turno, a FOX ainda não definiu a data de arranque da nova temporada.

HOMOSSEXUAL ASSUMIDO
Marc Cherry, que nasceu a 23 de Março de 1962, em Los Angeles, Califórnia, é o autor de ‘Donas de Casa Desesperadas’. Homossexual assumido, Marc Cherry confessa que se inspirou na mãe para criar a personagem de ‘Bree’: “A essência da personagem veio basicamente dela. ‘Bree’ é uma mulher que gosta que tudo seja agradável, que se vê como uma dama e se comporta como tal. Essa é a minha mãe.”

'BREE VAN DE KAMP' (Marcia Cross)
‘Bree’ é uma verdadeira fada do lar. É especialista em gastronomia e jardinagem, os seus cozinhados são gabadíssimos e as suas flores invejadas. É perita em bricolage, pintura e até mesmo em tiro. Os amigos e vizinhos consideram-na uma dona de casa perfeita e uma mãe extremosa, mas o marido e os filhos não partilham dessa opinião; antes pelo contrário, acham que é chata e demasiado perfeccionista. Depois da morte do marido, ‘Rex’ (Steven Culp), a família desmorona-se por completo e ela acaba sozinha. A actriz, de 44 anos, foi anteontem mãe pela primeira vez. Marcia Cross deu à luz as gémeas Eden e Savannah.

'LYNETTE SCAVO' (Felicity Huffman)
Ex-publicitária, deixa de trabalhar para tomar conta dos quatro filhos. Quando o marido, ‘Tom’ (Doug Savant), fica desempregado ela assume o sustento do lar e ele as funções dono de casa, o que descobre não ser tarefa fácil. Mais tarde, vão trabalhar juntos na mesma empresa.

'GABRIELLE SOLIS' (Eva Longoria)
Abandonou a carreira de modelo para casar com um homem rico que não lhe dá atenção e, por isso, trai-o com o jovem jardineiro. Mais tarde o marido é preso e ela descobre que está grávida. Apesar de não desejar ser mãe, quando perde o bebé fica muito abalada.

SUSAN MAYER' (Terri Hatcher)
É uma mãe divorciada, ilustradora de histórias infantis de profissão, que mantém um romance de altos e baixos com ‘Mike’ (James Denton). É, entre todas, a mais empenhada em descobrir o motivo do suicídio da amiga ‘Mary Alice’ (Brenda Stong). Tem um excelente relacionamento com a filha.

Alunos de Sernancelhe recomeçam as aulas sentados no chão

Os 106 alunos da escola básica de Sernancelhe que foi demolida na segunda-feira regressaram hoje as aulas, após as férias de Carnaval, na Casa da Criança da vila do distrito de Viseu, mas foram obrigados a sentar-se no chão devido à falta de equipamento.
Vários meses depois de iniciado o braço-de-ferro entre a Câmara Municipal de Sernancelhe e a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), 106 alunos da Escola Básica Nº 1 da vila tiveram que se sentar no chão para terem aulas.
Só por volta das 11h30 — duas horas e meia depois da hora prevista para o início normal das actividades escolares — é que a DREN fez saber que o problema iria ser resolvido com a contratação de uma empresa privada para descarregar o mobiliário. Os alunos levantaram-se então do chão para se sentarem nas cadeiras que já conheciam da velha escola.
O presidente da autarquia de Sernancelhe, José Mário Cardoso, acusa a DREN de ser responsável pelo atraso na transferência dos 106 alunos daquela escola para as novas instalações na sequência da demolição do velho estabelecimento escolar.
A DREN recusa a responsabilidade porque a autarquia iniciou a demolição da velha escola, com 30 anos, sem as tramitações necessárias à transferência dos alunos para as novas instalações, disponibilizadas pela Câmara de Sernancelhe.

Demolição da velha escola começou na segunda-feira
As obras foram iniciadas na segunda-feira com o presidente da autarquia à frente de uma equipa de operários de marreta na mão para começar a demolição da escola.
Em causa estava, como explicou a DREN em comunicado, a falta de inspecção dos bombeiros ao novo local, a Casa da Criança, igualmente propriedade da autarquia.
O problema da inspecção foi resolvido ontem. Hoje de manhã, quando as crianças começaram a chegar à nova escola, depararam-se com as salas vazias e o mobiliário e computadores estavam no interior de um camião da autarquia.
Deste cenário renasceu o braço-de-ferro entre a DREN e a autarquia, com esta a afirmar que era a direcção regional que devia descarregar o material do camião e a DREN a defender, num fax enviado à câmara, que só iria ter no local uma equipa "para ultimar o necessário e garantir que as aulas decorram com normalidade".
Normalidade foi coisa que não sucedeu, como a Lusa constatou no local, quando vários pais resolveram levar os filhos para casa por não aceitarem que estes ficassem sentados no chão, enquanto a DREN e a câmara não decidiam quem iria descarregar as cadeiras.

Professores: nove faltas dão zero pontos

Os docentes que tenham faltado mais de nove vezes num ano lectivo, mesmo que por doença, são classificados com zero pontos no factor assiduidade, um dos principais critérios de selecção do primeiro concurso para professor titular, noticia a agência Lusa.
De acordo com a segunda proposta do Ministério da Educação (ME) para o acesso à categoria mais elevada da nova carreira, é avaliada a assiduidade do candidato nos cinco anos lectivos em que deu menos faltas, entre 1999 e 2006.
Nesses cinco anos lectivos, são consideradas todas as faltas, licenças e dispensas dos professores candidatos a titular, incluindo as justificadas com atestado médico, por exemplo, um aspecto que os sindicatos do sector já classificaram de ilegal.
Em cada um desses cinco anos, se o candidato não tiver dado faltas é classificado com nove pontos, se tiver faltado entre uma e três vezes é classificado com sete, entre quatro e seis tem uma pontuação de cinco e entre sete e nove faltas obtém apenas um ponto.

Com mais de nove faltas a pontuação é zero.
Todos os pontos contam, já que uma classificação final inferior a 120 determina a não aprovação do professor no concurso para titular.
Segundo a proposta do ME, a que a agência Lusa teve acesso, são ainda considerados outros critérios, além da assiduidade, como a habilitação académica, a avaliação de desempenho e a experiência profissional, incluindo o exercício de cargos de coordenação ou gestão.
Um professor com o grau de mestre tem automaticamente 15 pontos, uma classificação que duplica caso o docente tenha concluído o doutoramento. Já o cargo de presidente do conselho executivo da escola é pontuado com nove valores, enquanto o de presidente do conselho pedagógico merece sete, por exemplo.
A nível da avaliação de desempenho, é considerada a melhor menção qualitativa obtida pelo professor entre os anos lectivos 1999/2000 e 2005/06. A uma menção de Satisfaz corresponde apenas um ponto, enquanto uma classificação de Bom é valorizada com cinco.
Nesta segunda proposta, enviada quarta-feira à noite às organizações sindicais, a tutela especifica a pontuação dada a cada critério, um aspecto que não constava do documento anterior, mas não altera substancialmente as regras para o concurso de acesso à categoria de titular.
No concurso, a que o ME estima poderem concorrer mais de 50 mil docentes, a classificação obtida pelos candidatos não basta para chegar a titular, uma vez que há quotas estabelecidas para esta categoria, a que só poderão pertencer um terço dos professores do quadro de cada agrupamento de escolas.
A segunda proposta do Ministério é discutida hoje e sexta- feira em mais uma ronda negocial com os sindicatos, no âmbito da regulamentação do novo Estatuto da Carreira Docente, publicado em Diário da República a 19 de Janeiro.

Ministério da Saúde vai apresentar plano de combate à obesidade infantil

Mais de 30 por cento das crianças portuguesas, entre os 9 e os 16 anos, são obesas ou sofrem de excesso de peso. O Ministério da Saúde vai, por isso, apresentar, ainda este mês, um plano de combate à obesidade infantil.
Actualmente, morrem mais pessoas vítimas de obesidade do que de subnutrição. Há em todo o Mundo 22 milhões de crianças obesas com menos de 5 anos. Para a Organização Mundial de Saúde, está em causa uma epidemia.
Também em Portugal o cenário é preocupante. As estatísticas garantem que 31,5% das crianças, entre os 9 e os 16 anos, são obesas ou sofrem de excesso de peso. Portugal está nos primeiros lugares da lista dos países europeus com problemas de excesso de peso.

Escola tem aranha como mascote


EPRAMI adoptou a aranha-caranguejo-das-flores, a quem alunos e professores passaram a chamar Green

Chama-se Green (verde) e vive numa vitrina onde diariamente são afixadas notas e circulares. É uma aranha e foi adoptada como mascote pelos alunos, professores e funcionários da delegação de Melgaço da Escola Profissional do Alto Minho Interior (EPRAMI).
"Foi há alguns meses que demos pela presença dela, era muito pequenina, quase não se via, mas, como tinha um verde muito parecido ao símbolo da nossa escola, achámos graça e demos-lhe o nome de Green e, desde então, é a nossa mascote", explica Sofia Palma, a professora de Físico- -Química, que salienta "É muito independente e, como é óbvio, não andamos a passear com ela, deixamo-la andar pacificamente a passear pelo vidro e também por uma planta que fica ali por perto".
"Quando a descobrimos, ela era tão pequena que quase não se via, mas agora está muito mais engraçada, porque já dá para reparar quando ela está colada ao vidro da vitrina, que é onde ela mais gosta de estar, sem termos que estar a espreitar em todo o lado atrás dela", afirma Soraia, uma das alunas que tem acompanhado o crescimento do aracnídeo (uma aranha-caranguejo--das-flores) .
Toda a comunidade escolar garante ter muito cuidado com o bicho, especialmente as funcionárias que fazem a limpeza. "Tenho cuidado principalmente quando limpo a planta onde ela gosta de passear", diz Áurea, que todos os dias faz a limpeza ao edifício.
E, no meio de tantos cuidados, há até quem recolha todos os insectos que encontra mortos para alimentar a Green. É o caso da funcionária Aida Luz que garante "Sempre que encontro uma mosca ou outro insecto qualquer, guardo-o para depois dar à nossa aranhinha. Ela gosta".

"Miss" Europeia 2006
A Aranha Europeia do Ano 2006 foi a aranha-caranguejo-das-flores. A disposição das patas é semelhante à dos caranguejos, projectadas lateralmente. Os dois pares de patas anteriores são mais longos que os dois posteriores. Esta espécie distingue-se das restantes europeias devido à sua capacidade de mudar de cor.

Predador
Trata-se de um aracnídeo predador de espera aguarda os insectos voadores entre as pétalas das flores e, segurando-se firmemente nas patas posteriores, agarra as vítimas com as anteriores, administrando-lhe uma dentada venenosa fatal.

Crianças em pânico assistidas nos centros de saúde, escolas evacuadas e agitação nas ruas. O maior sismo dos últimos trinta anos foi sentido com bastante intensidade em todos os concelhos do Algarve - a zona do país onde a terra tremeu com maior intensidade - ainda que não se tenham registado danos materiais significativos.
As três crianças de uma escola de Tavira que precisaram de assistência médica queixavam-se de "tremores e dores no peito". Uma outra, de Castro Marim, sentia "picadas no peito". Segundo a delegada regional do INEM de Faro, Elisabete Quaresma, todos estes sintomas "foram provocados pelo pânico durante o sismo, que foi intenso e demorado". Em Faro, um homem de 38 anos tentou acalmar a filha de 8 anos e acabou por lesionar um pé. "A criança entrou em pânico e o homem, ao tentar socorrê-la, tropeçou e fez um traumatismo", acrescentou. Em Silves, uma mulher de 52 sentiu-se indisposta na via pública e foi transportada para o hospital do Barlavento Algarvio, em Portimão. Em nenhum dos casos houve necessidade de internamento.
Várias escolas foram obrigadas a accionar os planos de emergência. A aula de inglês da turma do 11º ano E da secundária João de Deus, em Faro, foi subitamente interrompida. "Começou tudo a tremer e escondi-me debaixo da mesa", disse, ao JN, Miguel Correia, um dos muitos alunos que, depois de evacuados, aguardavam no pátio da escola pelo retomar das aulas. "A professora não sentiu logo e pensava que estávamos a brincar. Queria marcar falta", acrescentou o colega João Silva. Entretanto, tocou a campainha. "Saímos todos da sala e viemos para a rua. Houve gritos e algum pânico, mas acabou por correr tudo bem", explicou Filipa Lourenço, da mesma turma.
Comerciantes do centro da cidade de Loulé revelaram também terem sentido o abalo, mas não registaram prejuízos. O Centro Distrital de Operações de Socorro de Faro recebeu aproximadamente mil chamadas, a maioria relacionadas com situações de pânico.


Falta de exercício físico aliada a alimentação tipo "fast-food" ajuda a explicar os quase 24 % de casos de excesso de peso identificados

Cerca de 35% dos alunos do 2.º e 3.º ciclos das escolas oficiais do distrito de Lisboa, com idades entre os 10 e os 18 anos, são obesos ou apresentam excesso de peso, segundo um estudo sobre obesidade juvenil, da autoria de Joana Sousa, dietista e mestre em saúde pública.
De acordo com o estudo da especialista - único do género no distrito e vencedor do Prémio Ricardo Jorge Saúde Pública 2005 - a obesidade atinge 11% dos alunos e o excesso de peso 24%. A faixa etária onde o problema é mais visível é a que se situa entre os 10 e os 12 anos. Ou seja, as crianças estão a engordar cada vez mais cedo. Para Joana Sousa, a culpa para esta realidade é do computador, da televisão e dos jogos de vídeo, actividades que despendem pouco gasto energético.
A prevalência de pré-obesidade é superior no meio urbano (24,7%) da freguesia de residência que no meio rural (19,8%), e maior no nível mais baixo da profissão do pai (26,7%) que na mais elevada (19,5%)", explicou a especialista, acrescentando que a obesidade é maior no meio rural (13,3%) que no urbano (9,7%).
"O estudo apresenta resultados preocupantes. A obesidade é um problema de saúde pública. Têm de ser eliminadas das cantinas as comidas tipo fast-food. As crianças de hoje são os adultos de amanhã, com as implicações que isso tem em termos de saúde pública", afirmou, ao JN, a autora do estudo, que questionou, pesou e mediu 2800 alunos.

Pais "fiscalizam" ementas
António Castela Fernandes, presidente da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (FERLAP) entende que o Ministério da Educação deveria ser mais audaz e "introduzir parâmetros de restrição da oferta alimentar não saudável no interior das escolas", e que "seria útil haver grupos de alunos voluntários que apoiados, promovessem acções de marketing e sensibilização". António Castela Fernandes sublinha que as associações de pais têm promovido debates. Conta que no Colégio Álvaro Vidal/CEBI de Alverca está a ser preparada uma acção com a equipa de Isabel do Carmo, onde um pai acompanha a comissão de ementas. O responsável avança, no entanto que o êxito de iniciativas deste género está sempre dependente "da resistência dos órgãos de gestão das escolas em abandonar preconceitos tipo 'se não comerem aqui, vão comer lá fora'".

Câmara ajuda alunos a ir a Estrasburgo

A Câmara Municipal de Amarante vai atribuir um subsídio de 2000 euros à Escola Secundária de Amarante, para ajudar a custear a ida ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo, de uma equipa daquele estabelecimento de ensino que participou no Jogo da Cidadania (Euroescolas), no âmbito do programa Hemiciclo, edição de 2005/6, subordinado ao tema Juventude e Desporto.
Tendo a equipa representante da escola secundária, constituída por três alunos e um professor, obtido o primeiro lugar no concurso distrital e o quarto no nacional, beneficia, assim, da ida a uma sessão do Parlamento Europeu, para discussão do tema escolhido da respectiva edição, segundo as regras do concurso, que tem como coordenador nacional o Instituto Português da Juventude (IPJ), refere uma nota enviada às redacções pela autarquia amarantina.
Aos classificados nos primeiros quatro lugares de cada país, a União Europeia atribui uma subvenção de 300 euros por membro, montante, refere ainda a nota, insuficiente para custear a deslocação da equipa amarantina. Por isso mesmo a Câmara aprovou a ajuda financeira.

Câmara rebate reclamações de professores

"Terminou o tempo em que não havia controlo sobre o que se passava nas piscinas municipais de S. João da Madeira". É desta forma que a Câmara Municipal responde às acusações de vários professores de natação que vieram a público acusar a autarquia de não estar a respeitar o vínculo contratual, ao descontar algumas horas de aulas que não foram dadas, contra a vontade dos próprios professores e apesar de estarem previamente estabelecidas.
O desentendimento dos professores de natação com a autarquia vinha arrastando-se há semanas, mas agudizou-se depois de terem sido convidados pela Câmara para o jantar de Natal e, mais tarde, verificarem que as horas das aulas que deviam ter sido dadas nesse dia lhes tinham sido descontadas.
Reclamavam, ainda, a alteração do tipo de vínculo contratual, já que alguns deles estão, há décadas, a prestar aquele serviço nas piscinas em regime precário.
Em resposta, o vereador responsável pelas piscinas, Paulo Cavaleiro, lembra que, não sendo funcionários da autarquia, os professores "ganham por cada aula de natação que derem e não ganham ao dia ou ao mês".
Assim, considera o vereador, "quando não há aulas não pode haver pagamento, e estas são as regras que estão combinadas com os professores da Escola de Natação e que constam dos contratos que livremente assinaram".
Sobre as aulas que não foram pagas por causa do jantar de Natal, Paulo Cavaleiro adianta que os professores não deram aulas nessa noite, porque a piscina encerrou mais cedo. "Fossem ou não ao jantar de Natal da Câmara, não dariam aulas nessa noite, por isso não podiam receber essas horas", explicou.
Sobre as referências de que estariam a cumprir com horários previamente estabelecidos e de acordo com directrizes superiores, a autarquia rebate parte dessa afirmação, recordando que não há qualquer valor mensal definido e recorda que "a maior parte destes professores são efectivos noutras escolas".

Biotecnologia levada ao ensino secundário

A segunda edição das Olimpíadas da Biotecnologia promovida pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Biotecnologia, decorre entre 28 de Fevereiro e 14 de Maio, ao longo de três eliminatórias. As inscrições terminam na sexta-feira.
A iniciativa, dirigida a todos os alunos do ensino secundário, tem como objectivo a promoção do conhecimento e o interesse pela temática da biotecnologia, utilizando o método científico na resolução dos vários problemas. A biotecnologia assume um papel primordial e de aplicação potencialmente crescente em campos tão diversos como o da indústria, da medicina, na multiplicação e reprodução de espécies vegetais e animais ou na recuperação e tratamento de resíduos.
O ano passado participaram nas Olimpíadas 60 escolas de todo o país e cerca de dois mil estudantes. Para esta edição é esperada uma adesão superior.

Concurso de docentes apontado como ilegal


A Federação Nacional dos Professores classificou de ilegal a proposta da tutela referente ao primeiro concurso para professor titular (topo da carreira), alegando que o critério da assiduidade discrimina os que estiveram doentes ou de licença de maternidade.
Segundo a proposta do Ministério da Educação (ME), o processo de selecção para a categoria de titular, a mais elevada da nova carreira, vai ter em conta todas as faltas, licenças e dispensas dos candidatos entre os anos lectivos 2000/01 e 2005/06, mesmo que tenham sido dadas por doença ou maternidade, por exemplo.
"São aspectos de ilegalidade que pensávamos já estarem ultrapassados. Faltas dadas justificadamente e que nos termos da lei geral são equiparadas a ser viço legalmente prestado são um critério para discriminar professores. Não são apenas as faltas por doença, mas até as licenças de maternidade e paternidade", criticou Mário Nogueira, do secretariado nacional da Fenprof.
O secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, rejeitou, no entanto, a acusação dos sindicatos do sector, considerando que o critério da assiduidade não exclui ninguém. "Todos os professores podem candidatar-se, mas naturalmente aqueles que têm mais dias de serviço prestado e que efectivamente cumpriram todo o tempo de serviço são melhor pontuados do que os outros", afirmou. Experiência, cargos e títulos académicos também são critérios de acesso a titular.

O primeiro dia de negociação da regulamentação do Estatuto da Carreira Docente, entre sindicatos e Ministério da Educação (ME), não deu resultados. O Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação e a Federação Nacional de Ensino e Investigação acusam a falta de um calendário negocial. A Federação Nacional de Professores (Fenprof) aponta “ilegalidades” na proposta do ME.
A tutela propõe que a assiduidade seja um critério para ascender ao topo da carreira (categoria de Professor Titular). Mas a Fenprof discorda. “Faltas dadas justificadamente e que, nos termos da lei geral, são equiparadas a serviço legalmente prestado são um critério para discriminar professores. Não são apenas as faltas por doença, mas até as licenças de maternidade e paternidade”, criticou Mário Nogueira, da direcção da Fenprof. Segundo a proposta do ME, o currículo e a avaliação de desempenho também contam para seleccionar os candidatos a Professor Titular, tal como os graus académicos de mestre e doutor ou o desempenho de funções no conselho executivo das escolas.
O secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, rejeitou a acusação do sector. “Todos os professores podem candidatar-se, mas naturalmente aqueles que têm mais dias de serviço prestado e que efectivamente cumpriram todo o tempo de serviço são mais bem pontuados do que os outros”, explicou. A proposta ministerial, disse, não penaliza nenhum professor, apenas “beneficia alguns” em função da assiduidade.

Educação - Provas no final de Maio

Quase 250 mil alunos dos 4.º e 6.º anos de escolaridade vão realizar no final de Maio provas de aferição a Português e Matemática. Pela primeira vez, as provas serão obrigatórias para todos os alunos – até agora era por amostragem. Apesar de não contarem para a classificação final, as notas das provas serão dadas a conhecer aos alunos, pais e escolas.
Avaliar o desenvolvimento dos currículos e a aquisição pelos estudantes das competências essenciais para cada ciclo continua a ser o principal objectivo destas provas, introduzidas em 2000, mas até agora realizadas por amostras do universo de cada ciclo.
De acordo com o despacho do secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, a que o CM teve acesso e que deverá ser publicado hoje no Diário da República, as escolas ficarão obrigadas a elaborar planos de acção para melhorar as classificações.
Todos os alunos das escolas públicas e privadas serão chamados a exame, na semana de 21 a 25 de Maio, cerca de um mês antes do final das aulas para os alunos dos dois ciclos. Frequentam os 4.º e 6.º anos mais de 248 mil alunos (124 mil em cada um). Em 2006, as provas de aferição foram realizadas por uma amostra de 25 500 alunos do 4.º ano e 26 mil alunos do 6.º.
As provas devem conter a identificação dos alunos, mas serão classificadas anonimamente. Depois de classificadas, serão devolvidas às escolas ainda antes do final do ano lectivo, onde serão afixadas as pautas com os resultados dos alunos. Até agora, o desempenho de cada aluno nas provas de Matemática e Português só eram fornecidas aos pais se estes o pedissem.
Posteriormente, refere o despacho, será disponibilizada e fornecida às escolas a informação sobre o resultado do desempenho dos alunos ao nível nacional, regional e de escola. O objectivo é que cada escola saiba se o desempenho dos estudantes está ou não ao nível do que se passa nos outros estabelecimentos de ensino.
A direcção da escola terá depois de, obrigatoriamente, enviar um relatório de avaliação à respectiva Direcção Regional de Educação. Além da análise do desempenho dos alunos, a direcção escolar terá de elaborar um plano de acção, com as medidas a adoptar, os resultados a alcançar em cada disciplina e quais os alunos que precisam de apoio ao estudo. No plano de acção devem ser ainda indicados quais os recursos necessários para atingir os resultados propostos.
Já em Julho passado, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, tinha manifestado a intenção de avançar com a realização das provas de aferição para todos os alunos, no final dos 1.º e 2.º ciclos, para combater o insucesso escolar.
A proposta mereceu o acolhimento positivo dos sindicatos de professores, para quem a medida só peca por tardia.

CONHECER OS RESULTADOS
Nos últimos anos eram os próprios alunos que revelavam a falta de empenho na realização das provas de aferição. Como não contavam para passar ou chumbar de ano e como eram anónimas, servindo para avaliar o sistema de ensino e o trabalho realizado pelas escolas para cumprir o currículo, as provas eram deixadas para segundo plano. Em 2005, os enunciados passaram a ser assinados, mas ainda assim as escolas queixavam-se de que os resultados demoravam a chegar. Agora, assegura o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, vai haver mais empenho dos alunos: “Vão ficar a conhecer a classificação antes do ano lectivo terminar e as escolas vão receber as informações a tempo de elaborar planos de acção” a aplicar no início do ano lectivo seguinte.

MATERNIDADE NÃO PREJUDICA
As faltas dadas por razões de maternidade não prejudicarão nenhum docente no primeiro concurso de acesso à categoria de Professor Titular. Segundo o Ministério da Educação, a proposta entregue aos sindicatos de regulamentação do concurso de acesso ao topo da carreira “delimita um período de cinco anos, de 2000/01 a 2005/06, que servirá de referência para a ponderação de vários factores relativos à experiência profissional, designadamente a assiduidade”. Em comunicado, o ME “garante que está aberto à procura de uma solução” para as situações que surjam. “Em todo o caso, considerando o nível etário médio dos docentes que concorrerão a este primeiro concurso, é de prever que as situações de maternidade que tenham ocorrido no período de referência sejam relativamente escassas.” Tanto a Fenprof como a FNE, as duas maiores estruturas sindicais, consideraram que o critério da assiduidade contém aspectos “ilegais”, ao contar com as faltas por maternidade para efeitos de progressão na carreira.

PROVAS DESDE 2000
ÁLGEBRA E FRASES
Em 2005, os resultados foram catastróficos. No 6.º ano, 68% dos alunos teve zero em Álgebra. Em Língua Portuguesa, o principal problema foi a Estrutura Frásica: 53% alunos do 6.º tiveram zero.

PROVAS FALHAM
A aquisição de competências não melhorou em seis anos de provas de aferição, introduzidas em 2000. Esta foi a conclusão da directora do Gabinete de Avaliação Educacional, no ano passado. Em Português, o problema tem sido a interpretação. Em Matemática há dificuldade em perceber os enunciados, o que origina dificuldades na resolução dos exercícios.

GRALHA E DIFICULDADE
Em 2006, a prova do 4.º ano de Língua Portuguesa referia Setembro com 31 dias; alguns professores de Matemática consideraram a prova do 4.º ano difícil de mais.


O maior susto já passou e o facto de alguém ter, na passada semana, disparado uma pressão de ar contra quatro crianças, perto das escolas Conde de Oeiras e Quinta do Marquês, em Oeiras - um rapaz foi inclusivamente sujeito a uma intervenção cirúrgica para retirar um chumbo alojado numa têmpora, enquanto outros três foram atingidos sem gravidade -, é agora discutido de forma descontraída pelos estudantes dos dois estabelecimentos. No entanto, pais e encarregados de educação permanecem vigilantes e é com grande preocupação que comentam entre si o sucedido e lembram casos passados de assaltos aos alunos dos dois estabelecimentos de ensino.
As versões sobre o sucedido variam. Entre os estudantes de ambas as escolas corre, "à boca pequena", que o responsável pelo tiros que acertaram em quatro jovens, será aluno da Marquês de Oeiras e reside nas imediações. "Ele queria concorrer à Associação de Estudantes (AE), mas não conseguiu ganhar. Um dos que ia sendo atingido é o actual presidente da AE", contou ao JN, um estudante, que preferiu manter o anonimato.
A versão da vingança toma forma entre os mais novos e há até quem alvitre que o jovem atirador terá já sido "apanhado" pela polícia. "Ali em cima disseram-me que já não precisamos de ter medo, porque a polícia já o apanhou", lançou outro aluno, igualmente sem se identificar.
Um pouco mais abaixo da Conde de Oeiras, na Rua Sousa Martins, fica um quiosque onde os alunos vão comprar os seus doces preferidos. O estabelecimento também foi alvo dos tiros da pressão de ar e as marcas dos chumbos são visíveis na persiana fechada. A proprietária garante que se não tivesse sido pelas questões que lhe foram colocadas pelos inspectores da Judiciária, não tinha percebido nada. "Deve ter acontecido durante a noite. Isto tem sido uma aflição para os miúdos das duas escolas", disse, ressalvando que muitos jovens são alvo de assaltos.
Uma mãe, que esperava à porta da Quinta do Marquês pela saída das duas filhas, disse ao JN, que, apesar de saber do sucedido, não vai buscar as jovens só por causa disso. "Sempre o fiz", explicou, recordando que uma das filhas já foi ali assaltada. E garante que os pais comentam o que se passou e se sentem amedrontados pelo perigo a que os filhos podem estar expostos.

Colorir a vida através dos livros


É possível tornar as letras amigáveis, dar-lhes vida. A literatura pode muito. Através de caracteres que se desenham, apontando outras estórias e caminhos, podem concretizar-se sonhos. Como os daqueles meninos do Vale do Minho que, através de um projecto galardoado internacionalmente, aprenderam que, afinal, o mundo está ao seu alcance. Dizem os responsáveis que "as melhorias individuais são gritantes".
Inicialmente, foi concebido para ser aplicado em contexto prisional, mas foi substancialmente alterado. Outras formas de prisão se impuseram, como a iliteracia, a falta de oportunidades, o medo da língua portuguesa. Mais de um ano depois do início, a ideia, concebida pela Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho, envolveu dezenas de parceiros e 175 crianças e jovens, de jardins- de- infância e dos segundo e terceiro ciclos, oriundos dos municípios de Melgaço, Monção, Cerveira, Valença e Paredes de Coura.

Janela de oportunidades
A imensa carruagem foi "agarrando" os melhores cooperantes, O objectivo "Dar Vida às Letras". Ou dar a estas crianças uma nova janela de oportunidades. Para o grupo dos mais velhos, com idades entre os 13 e os 15 anos, o critério de escolha foi o risco de abandono escolar precoce. Coordena esta equipa a docente do Instituto de Estudos da Criança, Fernanda Viana.
De acordo com o coordenador científico escolhido para avaliar os efeitos do projecto, Albertino Gonçalves, investigador da Universidade do Minho, as actividades periódicas, previstas nas acções, têm tido o condão de devolver a estes jovens a auto-estima e de os aproximar da leitura.
Além das actividades nas cinco bibliotecas municipais, para onde têm sido transportados semanalmente pelas câmaras, têm participado em colóquios, visitas a palácios ou museus. "Periodicamente, convidamos algum jovem de sucesso dos concelhos para lhes contar o seu percurso", continua. A info- exclusão tem sido combatida de várias formas. "Os miúdos de Monção criaram um blog, por exemplo", especifica. As férias da Páscoa serão particularmente intensas. Estão previstas visitas ao Museu de Serralves, redacções de jornais e universidades. "Eles têm de saber que o que parece do outro mundo, está ao alcance deles. Tudo está perto", sublinha.

"Dispararam em tudo"
O "Dar Vida às Letras" envolveu também o trabalho com outra faixa etária, entre os quatro e os cinco anos, sob a supervisão de Lourdes Dionísio, do Instituto de Psicologia da UM. Foram seleccionados os jardins-de-infância mais isolados das sedes de concelho, situados em ambiente rural profundo. Depois de 15 meses de trabalho intenso, de uma vasta equipa, "estas crianças dispararam em tudo".

"Pequeninos têm melhorias gritantes"
Qual é a originalidade deste projecto?
É diferente porque incide, sobretudo, nas crianças e nos resultados e não em fazer show-off. Em vez de se fazer em muitas escolas, é focalizado, o que lhe retira espectacularidade mas lhe confere eficácia.

Foi galardoado com um prémio internacional…
Sim, o International Reading Association Award for Innovative Reading Promotion in Europe, promovido por um Comité Europeu de Leitura.

Das avaliações periódicas, é possível aferir alguns resultados?
Sim, nos mais pequenos, por exemplo, as melhorias são gritantes. Temos usado inquéritos e testes como meio de diagnóstico para analisar mudanças. Dispararam ma motivação para a leitura e nas formas como interpretam a escrita.

E nos adolescentes?
Temos vindo a analisar os rendimentos escolares das turmas das escolas onde estão inseridos e notam-se melhorias efectivas na disciplina de Língua Portuguesa, o que é revelador.

Fogo na escola pela segunda vez


A biblioteca da Escola EB 2,3 de Milheirós de Poiares, Santa Maria da Feira, ficou completamente destruída após um incêndio que deflagrou pelas 16 horas de ontem. É o segundo incêndio a ocorrer neste estabelecimento de ensino em menos de um mês, obrigando ao cancelamento das aulas pelo menos no dia de hoje. "É claramente um acto criminoso inqualificável", afirma a directora da Direcção Regional de Ensino do Norte (DREN), Margarida Moreira. Uma porta de entrada foi arrombada e foram encontradas pequenas garrafas de álcool perto do local de incêndio.
Segundo a directora da escola, Ana Paula Oliveira, a porta que no passado dia 14 de Janeiro foi arrombada, por ocasião do primeiro incêndio que destruiu o hall de entrada, foi novamente forçada. Um funcionário terá também encontrado garrafas de álcool, no chão, perto da zona do incêndio.
Ana Paula Oliveira afirma que "não há suspeitas de ninguém", mas todos falam em acto criminoso. A responsável pela escola lembra que, apesar de todas as suspeições, "ainda não sabemos de nada nem a Polícia Judiciária (PJ) nos deu informações".
"Perante este acto de vandalismo criminoso tem que ser a policia a investigar esta matéria", afirmava, visivelmente agastada com a situação, a directora da DREN. Margarida Moreira fez questão de realçar que "podem queimar a escola 30 vezes, que 30 vezes iremos reabri-la. Nada irá fazer parar a escola".
Informou que a DREN activou já um plano de intervenção, que será colocado em prática. "Mal a PJ nos dê autorização vamos começar as obras". Ficou, ainda, a garantia de que "será construída uma nova biblioteca logo que seja possível".
O alerta de incêndio terá sido dado pelas 16.15 horas para os Bombeiros Voluntários de Arrifana. Em poucos minutos, as chamas tomaram conta do piso superior de um dos blocos da escola, onde se encontra a biblioteca. Todo o acervo foi destruído. Livros, computadores e mobiliário ficaram reduzidos a cinzas. Também as salas anexas ficaram cobertas de fuselagem.
O segundo comandante dos bombeiros de Arrifana, José Vieira, considera que, apesar do incêndio ter sido perceptível na tarde de ontem "podia ter começado no dia anterior".
Os bombeiros tiveram que recorrer a botijas de gás devido às quantidades de monóxido de carbono libertado. Estiveram no local seis viaturas e 18 homens dos bombeiros de Arrifana auxiliados por quatro viaturas e 15 homens de S. João da Madeira.


As escolas primárias que fecharam no último ano lectivo, em Guimarães, vão ter funções sociais. Uma delas vai servir para um projecto da CERCIGUI, outra para acções de formação na área do têxtil. Desta forma, a Câmara Municipal pretende preencher lacunas de serviço no concelho.
No ano passado, fecharam quatro escolas do primeiro ciclo do ensino básico, e no próximo, outros estabelecimentos serão encerrados à luz das novas directrizes do Ministério da Educação. O vereador Rui Vítor Costa, do PSD, já questionou a maioria socialista sobre o que vai acontecer aos edifícios.
"Um ano depois, ainda não há uma decisão, o que revela desperdício de estruturas que podiam ter utilidade para as comunidades a que pertencem", lamentou Vítor Costa. A vereadora da Educação, Francisca Abreu, lembrou que estão a ser estudadas propostas de ocupação das escolas.

Serviço à comunidade
"Queremos integrar naqueles espaços instituições ou serviços que prestem serviço à comunidade", afirmou, lembrando que já foram feitos contactos com todos os presidentes das juntas das freguesias que têm escolas desactivadas. De acordo com aquela vereadora, a escola do Paraíso, em Pevidém, será para um projecto da CERCIGUI. O antigo estabelecimento de ensino da Costa será convertido (pelo menos por um ano) num centro de formação do Centro Tecnológico das Industrias Têxteis e do Vestuário.
A responsável da Educação no município aludiu às "lacunas de serviço", em áreas ligadas à infância - berçários e creches - e à terceira idade. Partes do concelho, prosseguiu, "ainda não há resposta para alguns problemas sociais e culturais".
No ano lectivo de 2005/2006, em todo o país, encerraram 1500 escolas primárias por terem menos de 20 alunos e uma taxa de sucesso escolar inferior à média nacional, ou menos de dez alunos. O Ministério da Educação, no âmbito do reordenamento da rede escolar, pretende encerrar, até final deste ano, mais 900 escolas do 1º ciclo do ensino básico.



Cerca de 30 anos separam as duas fotos, captadas na escola primária do Mosteiro, em Paço de Sousa

Os antigos alunos da professora Maria da Conceição Mesquita, homens entre 43 e 45 anos, regressaram, anteontem, à velha escola primária do Mosteiro, em Paço de Sousa, Penafiel. A iniciativa serviu para juntar a turma, matar saudades e permitir reencontrar colegas que já não se viam há décadas. E mais surpreendente ainda é que reencontraram a professora, hoje com 77 anos e uma saúde de ferro.
Juntar colegas que fizeram a instrução primária entre 1969 a 1973 não é fácil, porque a vida radicou muitos deles em paragens longínquas, longe de Paço de Sousa. Uns moram em Viana do Castelo, outros em Leiria e outros estão emigrados, mas, como afirma António Pinto Rocha, um dos organizadores, "quando a vontade é grande, os obstáculos são vencidos".
"Deu uma trabalheira descobrir a morada de alguns colegas, mas conseguimos contactá-los e dos 26 colegas só faltam dois porque, apesar de terem sido convidados, foi-lhes mesmo impossível comparecer", explicou.

"Educadora e mãe"
Os antigos alunos têm hoje uma profissão uns estão na GNR, outros na Força Aérea, no ensino ou no mundo dos negócios.
A ocasião serviu para matar saudades e abraçar colegas cujos contactos se perderam há mais de três décadas. Fernando Lago é professor de Filosofia no liceu de Viana do Castelo. Deixou Paço de Sousa há cerca de 27 anos e raramente manteve contactos com os amigos da primária. "Fiquei surpreendido quando me descobriram. Há muita emoção porque os tempos da época eram difíceis e hoje vejo estes homens saudáveis. Do ponto de vista das relações humanas, esta iniciativa marca-nos muito", frisa.
Radicado em Leiria há cerca de quatro anos, Alcino Ferreira, sargento-ajudante da Força Aérea, mantém alguns contactos com a terra-mãe. "Foi uma ideia muito interessante porque nos permite rever caras e saber o que é feito deste ou daquele colega", afirma.
Os reencontros de pessoas que partilharam as mesmas etapas de vida são, regra geral, feitos de memória, como é o caso do Pardal, o rapaz mais travesso da escola. Os colegas garantem que Fernando Pardal, de 44 anos, mantém a mesma folia e a mesma alegria e nem os anos apagaram o espírito travesso. "Na verdade, sou o mesmo. Gosto de me rir e de me divertir. Acho que nunca perderei este feitio", confessa, enquanto recolhia o dinheiro dos colegas para pagar o almoço colectivo. Ensaiador do Rancho Folclórico de Paço de Sousa, está ligado às danças e cantares tradicionais há 30 anos.
Finalmente, o reencontro com a professora Maria da Conceição Mesquita, de 77 anos. Apesar da idade, a mestra da instrução primária recorda com saudade o ambiente da sala de aula. Leccionou durante 40 anos, em Cête, Paço de Sousa, Gaia e Bragança. Recorda os dias difíceis da Escola do Mosteiro (hoje, escola básica). Desafiada a comparar os métodos de ensino desse tempo com os actuais, a professora responde "São incomparáveis".
"No meu tempo, a professora era, também, educadora e mãe. Castigava os alunos que mereciam e sabia como os castigar e a prova disso é que não tenho nenhum aluno que me guarde rancor. Hoje, foi reduzida a autoridade da professora e as escolas são muito diferentes", afirma, garantindo ter feito da escola "a lição principal da vida". Para a posteridade, ficou uma foto de grupo, captada no mesmo local e pela mesma ordem que documenta uma foto antiga da escola.


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